sábado, 28 de junho de 2014

"As artes marciais não são apenas competição, acima de tudo é um processo de transformação pessoal de valorização da vida (...) " Mestre Jefferson Campos Lopes


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ENTREVISTA n. 21
Jefferson Campos Lopes
Mestre Karatê 4º


Amigos,


Meu entrevistado de hoje é um dos mestre mais bem qualificados e sucedidos do Karatê no Brasil, seja como atleta, como professor de artes marciais ou como acadêmico. Só para citar algumas de suas qualificações: Doutorando em Educação Física, Mestre em Educação, integrante do grupos de estudos de lutas da Universidade de São Paulo, Campeão Mundial (master) de Karatê em 2014, decano campeão Brasileiro, 12 vezes Campeão Paulista e atualmente é o único karateca a fazer parte do curso do Comitê Olímpico Brasileiro além de membro da CNEKI - CONFEDERAÇÃO NACIONAL ESPORTIVA DE KARATE INTERESTILOS. Um homem educado e, para falar a verdade, agora aqui refletindo a partir de minhas lembranças, suponho que a maior razão de todas as qualificações citadas precedentemente seja uma só: a sua simplicidade no trato com as pessoas. Nossa conversa se deu numa ensolarada manhã de domingo no bairro de Cordovil, subúrbio do Rio de Janeiro. Falamos sobre o destino das artes marciais no Brasil contemporâneo, o lugar das crianças no ensino das artes marciais, as experiências pessoais do professor. Espero que apreciem. Meus agredecimentos ao prof. Fabio Juan que cedeu o espaço e autorizou a cessão fotográfica em seu vibrante dojô em Cordovil onde é realizado o Projeto Social Lutanto pela Vida e ao prof. Dázio Cunha que estabeleceu a ponte inicial entre mim e o entrevistado.

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 1.     SÓ CASCA!– Mestre, agradeço a sua bom vontade em receber-me para entrevista e peço que comece explicando para os leitores do blog quem é, qual sua arte marcial e como ela entrou em sua vida?
2.     JEFFERSON CAMPOS LOPES – Eu comecei fazendo Karatê aos 15 anos, na verdade, este início do Karatê foi por um coisa bem simples, porque eu era obeso e pra me defender. Morava em Santos numa rua que tinha bastante garotos maiores e a gente sabe que nesse meio há alguns confrontos que precisamos fazer. Então comecei com 15 anos e esse processo para mim foi maravilhoso. Por quê? Primeiro porque eu emagreci bastante, a parte de saúde foi fantástica ,e, na segunda parte, porque eu aprendi a defender-me.
 
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3.     SÓ CASCA!– Então podemos dizer que o primeiro objetivo foi para buscar condicionamento físico?
4.     JEFFERSON CAMPOS LOPES – Sim a primeira ideia sempre foi essa juntando com a da defesa pessoal.
 
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5.     SÓ CASCA!– Mas por que foi o Karatê?
6.     JEFFERSON CAMPOS LOPES – Na minha época a gente tinha muitos filmes, era moda o Karatê. Era Chuck Norris, por exemplo, fora outras modas possíveis como o Bruce Lee... então era o que havia de mais difundido em Santos. Existia o Judô, mas eu não gostava de ficar agarrando, o Taekwondo uma parte de perna que eu também não gostava. Aí foi o Karatê mesmo por causa dos filmes.
 
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7.     SÓ CASCA!– Seu mestre quem foi?
8.     JEFFERSON CAMPOS LOPES – O meu primeiro professor foi Gerson Araújo, logo em seguida ele teve que ir embora da cidade e comecei a praticar com o Toninho da Dragão Vermelho, depois o Toninho também parou e fui praticar com o professor Paulo Bartolo, onde fiquei uns 5 ou 6 anos. Posteriormente eu me transferi para São Paulo, onde treinei com o meu grande mestre, o professor Johannes Fraiberg.
 
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9.     SÓ CASCA!– Foi ele quem deu a preta para o senhor?
10.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Não, na verdade a preta eu consegui com o Paulo Bartolo.
 
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11.   SÓ CASCA!– Tinha quantos anos, quando ganhou a preta?
12.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Eu tinha 18 anos... 18 para 19 anos.
 13.   SÓ CASCA!– Mas era treino intenso?
14.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Constantemente a gente tinha que fazer dois períodos, uma época em que eu só fazia faculdade. Logo depois comecei meu estágio e tive que diminuir, mas tinha um padrão de treinamento constante. Aí sim, quando eu fui treinar com meu professor Johanes Carl Fraiberg tive a minha ascensão tanto técnica como procedimental de exercícios.
 
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15.   SÓ CASCA!– Mas, para o senhor desde o início ficou claro que seu negócio era o Karatê? Não cogitou nada diferente?
16.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Até os 15 anos eu pratiquei vários esportes. Isso me ajudou bastante em termos de habilidade motora. Todavia, o Karatê foi uma coisa assim... hoje com as tecnologias, com o que a gente sabe sobre treinamento eu fiz o esporte que era ideal para mim. Porque  eu tinha força explosiva, eu era um cara alto, na minha categoria eu levava vantagem em alguns momentos. Além de psicologicamente me deu uma autoestima muito grande. Por isso nunca cogitei outra arte marcial.
 
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17.   SÓ CASCA!– Vamos entrar então em um assunto, mas depois quero voltar a esta questão interessante que abordou agora, mas e as competições? Desde o início de tudo o senhor participou delas?
18.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Não, eu comecei participar, por incrível que pareça, quando eu recebi a preta aos 18 anos de Karatê. Foi quando comecei realmente a participar de competições e aí sim eu já iniciei nas competições do nível estadual, logo no primeiro ano fiquei como segundo colocado. No ano seguinte fui campeão paulista e daí toda uma série de vitórias até chegar a seleção brasileira.
 
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19.   SÓ CASCA!– Nesses torneios, pode citar um breve histórico? Porque sei que o senhor já teve vitórias no exterior.
20.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – O que eu sempre falo, já tive torneio que eu fui longe e perdi na primeira luta. Nessas situações a gente volta meio desmotivado, mas pensando naquilo que temos que melhorar. Em compensação, houve vários torneios que ganhei e mesmo assim decidimos voltar pensando em melhorar. Sabe por quê? Porque o primeiro sempre é o mais visado. Tive vários torneios, então fui várias vezes campeão paulista, brasileiro, campeão sul americano, pan-americano, bati na trave duas vezes em  títulos de campeonatos mundiais, porque fui duas vezes vice. Neste último agora, lógico, na categoria master, eu fui campeão mundial que era um sonho meu. Os festivais do Comitê Olímpico que tinham aqui no Rio de Janeiro obtive  bicampeonato tanto de verão como de inverno foram grandes campeonatos. Vinha gente até de seleções de fora. Agora eu tenho uma meta, existe o Olimpic Master Games que é um campeonato mundial para master, a partir dos 35 anos. Este torneio é realizado pelo Comitê Olímpico e será realizado em 2016 na Austrália. Essa é minha ideia de finalizar aí as minhas competições.
 
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21.   SÓ CASCA!– Nesse Pan Americano o senhor foi campeão em que ano?
22.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Fui em 2006 e em 2008 bicampeão.
 
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23.   SÓ CASCA!– Este torneio recente que o senhor foi campeão, explique para os leitores onde foi realizado e em que organizou?
24.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Esse mundial de master foi organizado pela IKU, Internacional Karatê Union, é uma das confederações que existem hoje no Karatê de âmbito mundial. Existem na verdade três confederações a WUKO, a WKF e IKU. Foi realizado em Foz de Iguaçu, teve a organização da CNEKI - Confederação Nacional Esportiva de Karate Interestilos presidida por Gilles Willemin que é uma entidade da Confederação Nacional que organizou junto com a IKU e aí justamente este campeonato teve uma abrangência de uns 39 a 42 países que vieram competir com suas equipes quase completas. Enfim foi um evento importante no cenário mundial do karatê.
 
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25.   SÓ CASCA!– Me diga o seguinte, professor, o senhor não vive do Karatê, não é? O senhor tem uma profissão paralela?
26.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Sim, sou professor universitário há mais de 15 anos, dirijo vários projetos de pesquisa. Já fui secretário de esportes da Cidade de São Paulo também, já tive um começo de uma vida política, mas hoje tenho minha academia, mas não vivo disso.
 
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27.   SÓ CASCA!– Mas, o senhor tem uma academia?
28.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Sim tenho uma academia, tenho mais ou menos uns 40 atletas, mas já cheguei a possuir 400 atletas. Mas, por esses motivos, meu trabalho universitário, dou aula em quase 5 universidades, sendo duas federais e três particulares, o processo ficou direcionado para a docência.
 29.   SÓ CASCA!– Então o senhor trata do Karatê também academicamente?
30.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Sim, eu coordeno projetos de pesquisa acadêmica. Hoje eu tenho um grupo de estudos na USP com o Dr. Franquini, um especialistas em lutas. Tenho um outro grupo de estudos na UNIFESP onde analisamos movimentos do Karatê. Agora estamos criando através do COBI um estudo de nocautes em atletas que praticam Karatê.
 
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31.   SÓ CASCA!– O senhor está aqui no Rio de Janeiro porque passou numa seleção  organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Poderia explicar o que é esse curso e o que ele acrescentou na sua formação?
32.   JEFFERSON CAMPOS LOPES - Este curso teve a participação de 1.300 pessoas onde só ficaram 104.foi um processo com várias fases para ser admitido- 1. Inscrição online com requisitos especificos-2.prova especifica com 40 livros, prova em língua estrangeira e uma redação dissertativa sobre temas olimpicos-3. Análise curricular pessoal. Este curso visa formar treinadores olímpicos nas lutas e esta acrescentado informações importantes para o sucesso a nível olímpico tanto em desenvolvimento como aperfeiçoamento em lutas.
  
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33.   SÓ CASCA!– E a história do Karatê aqui no Brasil? O senhor poderia, brevemente, revelar algumas luzes para nós a respeito? Foi a imigração japonesa em São Paulo a precursora do Karatê no Brasil?
34.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Em 1940 vieram praticantes de Karatê com todo aquele processo de imigração japonesa. Assim tivemos vários mestres, uns foram para o Paraná outros para São Paulo e eles foram os pioneiros da difusão do Karatê no Brasil. É lógico que Rio de Janeiro e São Paulo tiveram uma grande ascensão porque tinham um número maior de praticantes. A história é engraçada, o começo do Karatê foi complicado porque ele era marginalizado. Uma coisa comum na história das lutas, as pessoas não conhecem e então marginalizam. Com o Karatê não foi diferente. Mas, nos anos sessenta, já  teve reconhecimento e aceitação bem forte.
 
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35.   SÓ CASCA!– O senhor estava falando agora que o Karatê foi importante para sua autoconfiança, não é? O senhor pode falar um pouco sobre isso e por quê?
36.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Hoje nós vivemos numa sociedade onde a força ou mostrar alguma coisa do poder dá um status para as pessoas. Já aquelas pessoas que não tem essa habilidade, ou mesmo medo de mostrar essa modalidade, acabam ficando omissas do processo. Na verdade o Karatê ele transforma a pessoa em alguém mais disciplinado, mais atento, mais confiante e isso acaba aumentando a auto estima de todos nós, é inevitável. Para mim foi importante porque naquela época eu era obeso, tinha medo dos garotos da minha rua. O Karatê realmente me transformou numa pessoa bem mais coesa, bem mais segura das coisas que eu fazia.
 
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37.   SÓ CASCA!– Para quem não conhece, não teve a experiência o Karatê preza também como o Judô pela disciplina, pela etiqueta, como é isso? E como o senhor se posiciona em relação aos seus alunos?
38.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Na verdade a disciplina e a etiqueta são tradições japonesa. Nós temos aqui uma cultura brasileira que tem que se adaptada eu prezo e prego muito a ideia da amizade, da cooperação, da educação, do trabalho cooperativo, você precisa do “outro” para fazer tudo.
 
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39.   SÓ CASCA!– Isso é possível ensinar nas artes marciais? O senhor então crê nisso?
40.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – É possível ensinar. É lógico que hoje nós temos uma nova safra de adolescentes e crianças que tem uma cultura bem diferenciada. Necessária uma adaptação para se conseguir ter essa ideia. Porque hoje os pais acham algo como: vou colocar meu filho nas artes marciais porque ele por ser hiperativo ou porque não tem controle vai ficar uma pessoa completamente disciplinada. Não é bem assim. Porque existem processos e ele tem que se adaptar esse processo, do contrário, talvez em um mês vá dizer, não quero mais fazer aquilo.
 
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41.   SÓ CASCA!– Entendi, a sua explicação é reveladora, porque nós que estamos no meio das artes marciais, ficamos com uma impressão, ao menos inicial, de que o caráter mesmo oriental, como o senhor diz, a tradição japonesa (diga-se de passagem , o bom caráter!) expresso na disciplina, na etiqueta e etc se encontra predominantemente mesmo no judô, com raras exceções. Mais ainda, é preciso adaptar o caráter oriental do Karatê ao de nossa cultura, o que não deve ser uma tarefa simples.
42.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Sim, por uma arte-marcial de origem japonesa como o Judô, como o próprio Jiu-jitsu, tem toda essa tradição de disciplina, de perseverança, de respeito, de hierarquia, então isso dá para ser bem trabalhado, mas, com reparos, adaptações, retificações de nossa realidade.
 
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43.   SÓ CASCA!– Me diga uma coisa, o Karatê machuca? Ou noutros termos, quando posso começar e até quando eu posso praticar? Porque é uma arte predominantemente de contato contundente, não é?
44.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – A ideia do Karatê sempre foi primeiro de fazer uma prática de atividade física, gerando uma longevidade para a pessoa que pratica. É o que eu digo, você pode começar com uns 6 anos e ir até os 80. Lógico que vai diminuindo a intensidade com o tempo. O Karatê foi concebido com a ideia de ser uma arte marcial que resolve o problema com um golpe só. Mas, para isso você tem que treinar várias vezes para ficar eficiente. Agora como é uma arte-marcial, uma arte de luta, existe o contato, o professor e o praticante eles tem que  fazer essa interação do melhor modo. Porque esse praticante tem que se acostumar a ter esses contatos, a fazer esse processo. As lesões no Karatê, no que se referem a competições, vão acontecer por excesso de treinamento, por alguns golpes que não tão fácil fazer, ou então quando por incrível que pareça, no treino você brinca e perde a concentração. Aí você fica com a mão aberta, abaixada, você não saltita direito e recebe o golpe. O machucar, ou o se machucar no Karatê é muito difícil, ele é ele só acontece com essas referências que teu te falei.
 
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45.   SÓ CASCA!– Entendi, então crianças pode fazer tranquilamente Karatê?
46.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Eu aconselho crianças a partir dos 6 anos ou já aos 4 anos. Que haja aulas especialmente para elas, uma aula bem lúdica, com bastante habilidade motora, que não precise haver muito toque, porque elas estão numa fase de intensa maturação, no começo de formação dos ossos.
 
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47.   SÓ CASCA!– A gente quando fala em criança, em aulas para crianças, a responsabilidade maior é do professor. Então o pai que quer saber se o professor é qualificado, o que fazer? existe um controle dos faixa-pretas? como verificar a procedência dos mesmos numa organização?
48.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Toda federação tem o cadastro de seus faixas preta.
 
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49.   SÓ CASCA!– Isso é obrigatório no Karatê brasileiro?
50.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Sim, isso é obrigatório, é transparente, podemos dizer que existem três ou quatro federações, mas, todas são bem transparentes ao divulgar o nome dos faixas preta em seus cadastros, isso para o Brasil inteiro. Além disso é interessante o pai buscar saber qual é a formação daquele profissional. Hoje as lutas são consideradas esporte. Se é esporte precisa ser responsabilizada e dirigida por profissionais de educação física. Então é necessário verificar se além da faixa preta há graduação em Educação Física, se tem o CREF ou no mínimo se foi atribuí o “provisionamento” pelo Conselho Regional de Educação Física para aqueles que não se formaram em Educação Física, mas, provaram para o Conselho ser um caso especial de muitos anos de docência no Karatê.
 
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51.   SÓ CASCA!– Há sites na internet para verificar essas coisas?
52.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Geralmente todas as federações deixam isso bem transparente nomes, dans e etc. em sites.
 
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53.   SÓ CASCA!– Fale um pouco sobre este Projeto Social Lutando Pela Vida que estamos vendo aqui?
54.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Este projeto acontece com apoio da comunidade de local (Cordovil, subúrbio do Rio de Janeiro) e principalmente pela força de vontade do prof. Fabio Juan. supervisono este projeto pois conheço o professor e sentamos juntos para discutir a didática realizada na aula.dái o sucesso, uma grande quantidade de praticantes e com resultados expressivos em competições.
 
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55.   SÓ CASCA!– O senhor tem quantos dans?
56.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Eu sou quarto dan.
 
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57.   SÓ CASCA!– No Karatê é como o Judô? Quantos dans são necessários para ser Kodansha?
58.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Não no Karatê para ser Kodansha é entre 8 e 10 dans. Eu até poderia estar talvez no sexto dan ou sétimo, mas existe toda uma preparação, existe um exame que tem que ser feito e nesses últimos dez anos não tive tempo, por isso preferi ficar sossegado no meu quarto dan.
 
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59.   SÓ CASCA!– Como está o Karatê hoje em dia no âmbito esportivo nacional ? Há boas perspectivas para a profissionalização de atletas de Karatê
60.   JEFFERSON CAMPOS LOPES -  As artes marciais hoje em dia tem além do caminho da formação que é uma coisa muito importante (o processo disciplinador, da valorização da auto estima do homem) possuem ainda um outro, aliás, não é só um outro lado das artes marciais, atualmente estamos vivendo a fase de destaque deste outro caminho, o das competições. Hoje, a competição virou um outro fim. Esse outro fim está dando chances para algumas crianças. Como explico isso? O Karatê não é olímpico, mas está no circuito das lutas olímpicas. Faz parte dos jogos Sul Americanos; Pan Americanos; Asiáticos e Europeus. Isso tem ajudado bastante os atletas. Não é que as artes marciais estão em baixa, elas tem uma outra visão do que era antigamente. Não quero com isso levar a crer que o MMA teria corrompido o espírito das artes marciais. Na verdade ele é uma chance para as pessoas de ganhar dinheiro. No processo do MMA você precisa ser atleta profissional, a filosofia esta direcionada num processo mais voltada a conquista de resultado dentro do espetáculo, assim o Karatê está seguindo um caminho agora de se transformar olímpico. Quem sabe a gente consiga isso em 2020 ou 2024, isso daria um “boom” uma vantagem, em termos de praticantes que tem o Judô e o Taekwondo. Alguém se tiver que escolher hoje em dia dentre essas artes, irá talvez preferir o Judô, porque existe mais possibilidades profissionais justamente por ser olímpico. As competições são um fim importante, mas não podem constituir o único fim. As artes marciais não são apenas competição, é um processo de aprendizagem, um processo de sobrevivência também, mas acima de tudo é um processo de transformação pessoal de valorização da vida de auto estima onde você pode aprender muito nesse caminho.
 
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61.   SÓ CASCA!– Agora uma de minhas perguntas costumeiras, ela acredito que sirva como uma fonte a mais de memória, enfim, quem foi assim que o senhor conviveu na sua história no Karatê  é merece ser lembrado? quem é essa pessoa que o senhor gostaria de ser lembrada e por que razão?
62.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – Na história de minha vida no Karatê, meu estilo é Shotokan, mas comecei no Shorin, então em Santos existia o mestre Yoshido Shizato, inclusive um dos precursores do Karatê aqui no Brasil. Um japonês legítimo, uma pessoa que transformou o Karatê de muitas pessoas na Baixada Santista e até no próprio Brasil. Pessoa que trouxe o Karatê da sua origem, ajudou muitos na história de prática, autoestima, um pessoa bem abnegada ao esporte. Uma outra pessoa que eu citaria, alguém que fez muita diferença em minha vida, foi meu último professor Johannes Carl Fraiberg. Além de ser um grande campeão tanto de katá como de kumitê possui uma excelente metodologia, filosofia, ele fechou o que eu precisava em minha vida no Karatê. São duas pessoas que tenho como referenciais.
 
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63.   SÓ CASCA!– Tenho outra pergunta costumeira, o senhor já deve tê-la observado em outras entrevistas do Só Casca! Nós quando mencionamos o tema estamos sempre falando direta ou subliminarmente em desafios, superação. No final, analisando essa questão em particular a gente não sabe se estamos tratando da arte marcial ou de nossas vidas em si. Daí eu lhe pergunto o que é determinante, condicionante para se vencer desafios? O quê o Karatê lhe ensinou a respeito? Qual a dica?
64.   JEFFERSON CAMPOS LOPES – A arte marcial me preparou para uma realidade da vida que não deixa de ser uma realidade dentro da própria arte marcial. Que é você ter desafios, superar esses desafios, coragem, de perder e de ganhar, de saber que existem amigos e não amigos, saber distinguir os amigos verdadeiros, aqueles que lhe acompanham até as últimas coisas. O principal desta história a meu ver é que as artes marciais dão para nós é saber que ela é uma relação muito próxima de nossa vida. Não estou falando que quem pratica arte marcial vai vencer mais fácil na vida. Mas, quem pratica arte marcial tem uma chance maior de enfrentar a vida. Uma condição melhor de ter um foco diferenciado. Acho que a dica é essa. Independente de você fazer arte marcial ou não a dica maior é você fazer sua meta e buscá-la ainda que haja obstáculos, até mesmo derrotas no meio do caminho. Por quê? Porque se você tem uma meta você deve ir atrás dela, se alcançar ou não, não interessa, o que interessa é o caminho que fez para alcançar, lógico que ser fizer esse caminho da melhor maneira possível, vivendo, aprendendo, ajudando as pessoas, transformando outros caminhos isso vai ser maravilhoso.
 
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65.   SÓ CASCA!– Quem quiser conhecer o seu dojo lá em Santos, São Paulo, o senhor pode dar informações?
JEFFERSON CAMPOS LOPES – O dojo fica na Av. Afonso Penna, 660 ali em Santos fica próximo do Canal 6, o telefone que eu  vou deixar é o meu porque mudamos agora, fizemos uma baita de uma mudança, é (13) 7809-6735 e há ainda páginas no facebook com o meu próprio nome onde há bastante coisa da academia.

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