quinta-feira, 6 de março de 2014

"Na minha vida, a persistência e o trabalho duro para atingir meus objetivos foram as bases sólidas de minhas conquistas. Eu passei por muitas dificuldades, muitas mesmo." Daniel Mattos mestre de Kickboxing 6 dan

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ENTREVISTA n. 17
Daniel Mattos
mestre Kickboxing 6º dan

Amigos,


Não sei se vocês sabem, mas comecei este blog pura e simplesmente porque queria continuar tendo a oportunidade de fotografar o mundo da luta, todavia, imediatamente, descobri que mantê-lo me proporcionaria outras vantagens, a de conhecer histórias de vida motivadoras e por consequência disto lidar com novas pessoas. A entrevista publicada hoje deu-me todas essas satisfações. Num ambiente marcado pela camaradagem e bom humor conheci o mestre Daniel Mattos e sua equipe de Kickboxing na Academia KS Barra da Tijuca, Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro. Mestre Daniel é um daqueles mestres que detém a grande virtude de exigir de seus alunos sem ser grosseiro no trato, impõe a disciplina, sem ameaças e compartilha toda sua grande experiência de competidor vitorioso como se fosse apenas um colega de treino atencioso. Agradeço-lhe e a todos da equipe pela experiência. Aos leitores espero que gostem da entrevista. 

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1.      Só Casca! – Obrigado por me receber, quem é o senhor, qual sua arte marcial e como foi  seu encontro com ela?
2.      Daniel Mattos – Bom, meu nome é Daniel Mattos, minha principal arte marcial é o Kickboxing que é o meu “carro chefe”. Comecei nas artes marciais com, mais ou menos uns 11 anos de idade, foi no Taekwondo, treinei uns 3 anos. Meu mestre na época desta arte-marcial acabou largando a academia, ele tinha problema com drogas e ainda fiquei mais um tempo com outro aluno dele, depois os treinos desanimaram. Acabou e eu parei também. Anos depois, em 1996, quando tinha 16 anos, comecei no Kickboxing através de um amigo de minha mãe, André Dentinho e chegando lá, nessa academia, tinham vários professores faixas preta de Kickboxing dando aula, como o Rodrigo Playboy, meu mestre até hoje, Dentinho, Nano e outros faixas preta. Desde lá nunca mais parei.
 
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3.      Só Casca! - Mas, não fez outras artes marciais?
4.      Daniel Mattos – Hoje em dia eu sou grau preto de Muay Thai, pela Liga Carioca de Muay Thai (LCMT), e treinador de Boxe Inglês, pela Federação de Boxe do Estado do Rio de Janeiro (FBERJ). Cheguei a dar uns rolinhas por aí, treinei um pouquinho de Judô na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), como matéria na graduação de Educação Física, mas nunca nada sério. A luta que sempre treinei e sempre competi mesmo foi o Kickboxing.
 
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5.      Só Casca! – E seus torneios no Kickboxing?
6.      Daniel Mattos – Desde que ingressei no Kickboxing sempre competi, acumulei diversos títulos, são tantos que as vezes preciso consultar minhas anotações para saber ao certo. Fui 18 vezes Campeão Estadual de 1996 até 2013; 8 vezes campeão intermunicipal; 11 vezes Campeão Brasileiro; 6 vezes Campeão da Copa do Brasil; 6 vezes Campeão Sul Americano; 4 vezes Campeão Pan Americano; em 2011 Campeão da Etapa Brasileira  da Copa do Mundo de Kickboxing. Em 2013, fui terceiro colocado no Campeonato Mundial da WAKO, que é o maior e mais difícil campeonato amador de Kickboxing do mundo e inúmeras outras competições.
 
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7.      Só Casca! – Qual a diferença do Kickboxing, Taekwondo e o Muay Thai, desculpe, é só para esclarecer aos leigos e até para mim que não fica muito claro isso.
8.      Daniel Mattos – O Taekwondo é uma arte marcial focada no chute, quase não tem soco, só no peito. Agora, entre o Kickboxing e o Muay Thai as técnicas que você aprende são basicamente as mesmas. Muda muito é a maneira de utilizar e o estilo ou escola de cada professor. No Kickboxing, temos modalidades diferentes, desde modalidades disputadas no tatame com o objetivo de marcação de pontos, até modalidades realizadas no ringue, onde o objetivo é o nocaute; no Muay Thai só existe uma modalidade que é disputada no ringue objetivando o nocaute. Já na parte da criação, da história e das tradições existem grandes diferenças. O Muay Thai é uma arte marcial milenar, teve origem há aproximadamente 2000 anos nas tribos livres, que são os antecessores do povo tailandês, e migraram da China para onde é hoje a Tailândia. Foi nesta época utilizada para guerra e evoluiu para o que é hoje, lutando-se no ringue e tudo mais. Já o Kickboxing tem duas vertentes, a Japonesa e a Americana, nesta última - que é a que eu pratico - é um esporte de contato que surgiu na década de setenta nos EUA e foi, na verdade, uma busca de alguns lutadores que praticavam outras artes marciais, como, por exemplo, o Karatê, por uma modalidade com contato pleno. Criando-se proteções de mãos e pés, para que fossem minimizados os riscos de lesões, começaram a chamar esta modalidade de Karatê Full Contact e logo se percebeu o surgimento de uma modalidade nova, era uma coisa diferente, surgia aí o Kickboxing e começaram a ser adicionadas modalidades até chegar ao que é hoje dividido em sete modalidades, que são o Musical Forms (única modalidade que eu não pratico nem ensino), o Point-Fight, o Light-Contact, o Light-Kick, o Full-Contact , o Low Kick’s e o K1. Todas elas fazem parte do Kickboxing, guardando cada uma sua peculiaridade, seja para treinar ou competir. O musical forms é uma modalidade de apresentação de técnicas com armas ou sem armas ao ritmo de uma música. No Point-Fight são válidos socos e chutes acima da cintura e sempre que há o contato a arbitragem paralisa a luta e os três árbitros (um central e dois laterais) decidem para quem será atribuído o ponto; há o Light-Contact onde também são válidos socos e chutes acima da cintura, mas a luta é contínua, sendo feitas as marcações dos pontos sem que a luta seja paralisada. O Light-Kick é similar ao Light-Contact sendo adicionados os golpes com as canelas e podendo ser realizados chutes acima do joelho. Todas estas modalidades são disputadas em tatames com 6x6m a 8x8m. Já nas modalidades de ringue temos o Full-Contact, onde são válidos socos e chutes acima da cintura; o Low-Kick’s, que é similar ao Full-Contact, sendo adicionados os golpes com as canelas e podendo ser realizados chutes acima do joelho; e o K1, onde são válidos socos, chutes, caneladas e joelhadas, sendo a modalidade do Kickboxing que é o mais parecida com o Muay Thai, com algumas peculiaridades, como o fato de não serem válidos cotovelada, segurar a perna, torção no clinch...
 
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9.      Só Casca! – E o sistema de graduação como é?
10.  Daniel Mattos – Começa com a faixa branca, depois amarela, laranja, verde, azul, marrom e preta. Na faixa preta vai do 1º ao 10º DAN.
 
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11.  Só Casca! – Leva quanto tempo para a preta?
12.  Daniel Mattos – É relativo, depende de cada um, essa evolução vai variar muito de uma pessoa para outra. Depende de quanto o cara é aplicado, participa, do quanto ele realmente tem aptidão para aquilo, se ele já veio de outra arte marcial e já sabe alguma coisa. Sem falar que existem vários tipos de faixa pretas. Existem os faixa pretas atletas; há aqueles comuns que só treinam por prazer, há outros que gostam muito de treinar e estão sempre bem fisicamente.
 
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13.  Só Casca! – O senhor levou quanto tempo para chegar a faixa preta?
14.  Daniel Mattos – Comigo foi bem rápido, aproximadamente três anos, porque eu já havia treinado Taekwondo, a parte do chute eu já sabia praticamente tudo. Tive que assimilar mais a parte do boxe. Na minha época existia muito pouco do que hoje em dia é a parte que eu mais gosto, que é o K1. Na época, a modalidade mais famosa, que todo mundo fazia, era o Full-Contact. Quando peguei a preta eu tinha treinado muito pouco de Low e de K1, depois é que fui me aperfeiçoando, buscando os treinamentos.
 
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15.  Só Casca! – Com que idade é recomendado fazer o Kickboxing?
16.  Daniel Mattos – Olha, não há restrições, dou aulas para crianças a partir de 6 anos e contanto que esteja com os exames médicos em dia e liberado para a prática de atividades físicas qualquer um pode fazer.
 
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17.  Só Casca! – Mas, não há perigo ensinar para crianças, delas se acidentarem?
18.  Daniel Mattos – Não, não há. Sou faixa preta 6º DAN de Kickboxing, grau preto de Muay Thai, treinador de Boxe, formado no curso ministrado pelo Raff Giglio, na época pela Federação de Boxe do Estado do Rio de Janeiro (FBERJ), sou formado em Educação Física e já dou aulas de Kickboxing há mais de 15 anos, então o perigo está em você fazer a arte marcial sem ter uma boa orientação, tem que usar os equipamentos de proteção, seguir as regras, procurar realmente verificar aonde você vai treinar e, principalmente, com quem você vai treinar. Se o professor é federado, se ele tem uma formação acadêmica, se ele tem um histórico com outros alunos e com atletas. Porque realmente com esse crescimento das artes marciais acaba tendo muita gente que não está capacitada para fazer um trabalho de forma segura para você e para o seu filho. Do contrário, o resultado pode ser uma lesão, no mínimo. É claro que se você quiser ser um atleta terá que se submeter a treinamentos muito mais intensos, o que torna o risco de se lesionar maior.
 
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19.  Só Casca! – O senhor tem uma equipe, pertence a alguma, como é? Porque vi que há atletas seus lutando pela RFT, como é isso?
20.  Daniel Mattos – Sim, mando alguns alunos pra lá. Mas, para compreender isso é importante esclarecer, sou presidente de uma associação - Associação Pioneira de Kickboxing (APKB) - e aqui no Rio de Janeiro funciona da seguinte forma: temos uma federação, a Federação de Kickboxing do Estado do Rio de Janeiro (FKBERJ), que á ligada a Confederação Brasileira de Kickboxing (CBKB), única entidade brasileira no Kickboxing que é reconhecida pelo Ministrério dos Esportes, e que por sua vez é ligada a World Assiciation of Kickboxing Organizations (WAKO), maior entidade amadora do Kickboxing no mundo. Para fazer parte da federação você precisa ser ligado a alguma associação e estas associações funcionam como equipes. Portanto eu e meus alunos fazemos parte da equipe APKB. Quanto à RFT, eu treinei lá durante algum tempo, fui levado pelo Rafael Vinícius, que dá aulas de Muay Thai para os atletas de lá e a quem eu já conhecia através do Kickboxing, e foi nesta época que conheci toda a galera de lá e o Mestre Marcio Cromado. Então quando algum aluno mais avançado começa a demonstrar interesse pelo MMA, eu converso com o Cromado e, se for possível, mando o atleta para fazer Luta Livre, Wrestling e MMA lá com eles, enquanto eu continuo com a parte de luta em pé, com o Kickboxing.
 
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21.  Só Casca! – Entendi, então tudo vai para o Mestre Cromado, não há outro professor indicado.
22.  Daniel Mattos – Não, até hoje eu só mandei gente para lá, tem o Vitor Oristanio, meu faixa preta, há mais de um ano treinando lá, fez algumas lutas, o garoto realmente é uma revelação, tem um grande futuro pela frente se continuar treinando e se dedicando como sempre fez; há ainda o Miguel Jacob, com 16 anos, que também quer lutar MMA e está começando a treinar alguns dias lá agora, é meu faixa azul, saiu até nas fotos quando você foi entrevistar o Cromado para o SÓ CASCA!
 
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 23.  Só Casca! – No Rio de Janeiro é uma federação só?
24.  Daniel Mattos – A única reconhecida pelo Ministério dos Esportes é a Federação de Kickboxing do Estado do Rio de Janeiro (FKBERJ), que é ligada à Confederação Brasileira de Kickboxing que, por sua vez, é ligada à WAkO, única reconhecida pelo Sportaccord (International Sports Federations). Por exemplo, não sei se já ouviu falar do Sportaccord Combat Games, uma iniciativa do Comitê Olímpico Internacional para criar as Olimpíadas Marciais. Então, as principais entidades de cada modalidade são reconhecidas pelo Sportaccord. No que se refere à oficialidade ou não das federações, as vezes ela pode nem ser clandestina, pode possuir CNPJ e tudo, mas se não for ligada ou reconhecida por grandes entidades nacionais e internacionais, como é o caso da CBKB e da WAKO, respectivamente, estas federações acabam tendo muito pouca representatividade no Kickboxing.
 
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25.  Só Casca! – o senhor estava dizendo que é presidente da federação ...
26.  Daniel Mattos – Não, sou Presidente da Associação Pioneira de Kickboxing (APKB) e Diretor Técnico da Federação de Kickboxing do Estado do Rio de Janeiro (FKBERJ).
 
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27.  Só Casca! – Apesar de sua arte marcial ser nova, observei também que é levado muito em conta o lance do protocolo da etiqueta no dojo. Gostaria que comentasse isso na sua arte marcial e explicasse se isso é importante e por quê?
28.  Daniel Mattos – Com certeza. Veja bem, pelo fato do Kickboxing ser uma arte marcial recente, há muitas pessoas lecionando de formas completamente diferentes, quer dizer, há gente como eu, com o protocolo sendo praticado e outros sem ele. Essa questão depende do seu mestre, de sua formação. O meu mestre realmente é bastante tradicionalista neste sentido, não admite, por exemplo, que um professor dê aula de boné, sem faixa, acredite, isso existe não é exagero. Passou toda essa disciplina para mim e eu tento repassar para meus alunos. O protocolo e a etiqueta são importantes porque ajudam a ter disciplina e na formação do caráter, ensinamentos estes que são levados para a vida além de demonstrarem a formação que eu tive.
 

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29.  Só Casca! – Chegamos num ponto que queria falar. As artes marciais orientais, especificamente o judô frisam muito isso, como eles falam “o bom caminho” de que o cara lá no tatame vai se preparar para a vida. O senhor realmente acredita nisso, a arte marcial pode ajudar o aluno para a vida?
30.  Daniel Mattos – Com certeza. O MMA hoje em dia é uma febre. Ele prepara para lutar, mas não para a vida, não tem esse respeito, essa disciplina, está cada vez mais difícil de se ver uma pessoa que seja leal ao professor, a uma equipe, o cara treina, luta e é isso que ele faz. Realmente gosto de ter isso, uma coisa atrelada a outra, o respeito, a disciplina, a fidelidade, aliados ao aprendizado das técnicas de artes marciais.
 
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31.  Só Casca! – Fale um pouco de seu mestre?
32.  Daniel Mattos – O meu mestre é o Rodrigo Domingues da Cunha, conhecido como Rodrigo Playboy. Atualmente é faixa preta 7º DAN de Kickboxing e também tem formação no Judô, Jiu-Jitsu, dentre outros e está com um trabalho voltado para a formação global do indivíduo, não só na parte técnica mas, principalmente, na formação do caráter. Ele está meio desanimado com o treinamento de atletas.
 
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33.  Só Casca! – O senhor tem quantos dans?
34.  Daniel Mattos – A gente tem uma graduação que é dada pelo nosso mestre e outra que é a reconhecida pela WAKO, para equiparar uma a outra, temos que pagar uma taxa bem carinha, R$ 700 por DAN, então quando você passa do 4º para o 5º por exemplo são R$3.500,00... neste ano eu fui graduado 6º DAN pelo meu mestre, mas eu sou 5º DAN na WAKO, acabei gastando uma boa quantia no ano passado para fazer a equiparação para 5º DAN então daqui alguns anos farei a próxima. Hoje em dia, meu mestre Rodrigo é 5º DAN da WAKO e 7º por tempo de prática, já que o mestre dele já é falecido. O Rodrigo, como já te falei, é bem tradicionalista. Ele fez diversas artes marciais -  Karate, Taekwondo, Judô – e agora estou na dúvida, não sei exatamente se Karate ele fez, fez também Jiu-Jitsu. Enfim, é graduado em várias artes marciais, todavia percebo a paixão dele como sendo o Kickboxing, mas para ele as aulas devem também formar um cidadão e não só formar um lutador, entende? Deu aulas no Rio de Janeiro, largou tudo e foi para o Paraná, começou a dar aulas em algumas academias por lá, estava cheio de alunos, de repente desistiu e voltou, foi para o EUA e repetiu este mesmo processo. Voltou para cá novamente e finalmente está no Recreio dos Bandeirantes começando um trabalho numa ONG.
 
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35.  Só Casca! – No mundo da luta quem conheceu que merece ser citado e por que? Não precisa ser necessariamente de sua arte marcial.
36.  Daniel Mattos – Acho que é o meu mestre. Foi quem eu segui desde o meu começo no Kickboxing, realmente me ajudou bastante, na época eu não tinha condições de pagar academia, praticamente nunca paguei academia, fui sempre bolsista. Ele quem me fez chegar onde estou hoje. Me inspirava muito nele, uma pessoa que sempre viveu da arte marcial, fez educação física (também fiz por causa dele), então citaria meu mestre.
 
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37.  Só Casca! – A pergunta sempre dirigida aos meus entrevistados. Quando falamos de arte marcial estamos falando também de superação, sempre. Por conta disso o que teria a dizer, com base na sua experiência como atleta, o que tem a dizer para as pessoas que estão diante de um desafio, como enfrentá-lo? O que é mais importante nessa hora?
38.  Daniel Mattos – Persistir, tem que realmente ter vontade e persistir. Quando você realmente quer fazer alguma coisa tem que correr atrás, fazer o que for preciso para conseguir o que quer. Não adianta querer muito se você não se dedica, não faz por onde, não se entrega, não treina, então o importante é persistir e fazer por onde. Na minha vida, a persistência e o trabalho duro para atingir meus objetivos foram as bases sólidas de minhas conquistas. Eu passei por muitas dificuldades, muitas mesmo. Nasci com um problema congênito, tenho uma deficiência no pé; uma perna mais fina que a outra; a articulação do tornozelo encurtada. Desde que nasci sofri com minha deficiência, ainda bebê sofri duas cirurgias para tentar corrigir o problema, sofri lesões sobre lesões, e em 2004 rompi o tendão de Aquiles durante uma luta. Fiz cirurgia de emergência, o que me obrigou ao afastamento por 1 ano do Kickboxing, pelo menos das competições. Mas, a grande lição que tiro de todas as dificuldades, que aliás, não acabaram por aí - porque viver só do Kickboxing não é um mar de rosas, porque não existe estímulo, não existe patrocínio. A grande lição é que, mesmo com todas as dificuldades para praticar minha arte marcial, isso não me impediu de conquistar no Kickboxing quase todos os títulos que alguém poderia ter. Todos aqueles títulos mencionados no início de nossa conversa abrangem uma carreira de 72 lutas de ringue (Full-Contact, Low-Kick’s e K1), 58 vitórias, sendo 8KO, 14 derrotas e 0 empate; e mais de 200 lutas de tatame (Light-Contact e Point-Fight).  Enfim, eu posso afirmar que no lugar de me lamentar por ter nascido com uma deficiência na perna, optei por ir a luta, não só nos ringues e tatames, sobretudo, na vida.
 
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39.  Só Casca! – Onde treinar o bom Kickboxing com uma galera legal?
40.  Daniel Mattos
– Olha eu dou aulas na Academia KS na Barra da Tijuca, Armando Lombardi, 663, e na filial em Ipanema, na Visconde de Pirajá, 260. http://www.ks.esp.br/. Para informações de treinos coletivos ou individualizados podem me contatar no cel.: 21-99823-4152.

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