segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"O preconceito vem quando você subjuga a si mesmo e se diminui quanto aquilo que você faz! " Entrevista Mestre Eugênio Tadeu 6º Dan em Luta Livre

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Entrevista n. 9
Eugênio Tadeu
Mestre Luta Livre 6º Dan


Amigos,


A entrevista de hoje é com mais um dos mitos do mundo da luta, mestre Eugêno Tadeu. Uma pessoa respeitada até mesmo por aqueles mais fanáticos que alimentaram ou ainda alimentam a primitiva rivalidade entre lutadores de jiu-jitsu e luta-livre. Um homem pequeno na estatura, todavia um gigante na determinação,que não quer saber se os outros "sobem paredes", se são ou se imaginam mais capazes do que ele, um homem focado e consciente do que é capaz. Ouvindo suas histórias, as fortes lembranças de um de sues mestres, Flávio Molina, descobri que muito antes mesmo de subir aos ringues, aos 12 anos de idade, descobriu, alçado pela gênio forte de uma avó ( que não lhe passava a mão na cabeça!) que os adversários não se escolhem e nem as derrotas podem ser aceitas, a vida é dura, e é sempre preciso lutar. E foi assim que conversamos numa noite chuvosa de setembro no bairro do Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro, falou-me sobre o passado, o presente e o futuro como se fossem lutas que ele podia, estava ou queria enfrentar. Espero que gostem.

 
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1. Só Casca ! - Mestre Eugênio, queria primeiro agradecer a gentileza de receber-me  e afirmar que possuo grande admiração por sua história de lutador. 

2. Eugênio Tadeu – Opa, muito bom, tamo junto.



3. Só Casca ! - Conversando e lendo sobre o passado recente do mundo da luta no Brasil fica evidente que a luta livre não teve apoio que outras artes marciais tiveram, como o jiu-jitsu.

4. Eugênio Tadeu – e continua ainda hoje sendo assim...



5. . Só Casca ! - Esse fato para mim só revela mais ainda bravura da galera da luta livre e pessoas como o senhor que mesmo sem fama alguma, sem apoio da mídia souberam e tiveram coragem de escrever a própria história, mas quero começar perguntando acerca de seus mestres, que foram de diversas artes marciais e todos importantes. O senhor foi aluno de luta livre do professor Bruno Cilla?

6. Eugênio Tadeu – Isso do Bruno Cilla.



7. Só Casca ! - O Bruno Cilla ou o pai dele que foi aluno do mestre Tatu?

8. Eugênio Tadeu – Foi o pai do Bruno Cilla que foi o aluno do Tatu. O Carlinhos Bruno Cilla pegou o final da carreira do Tatu.

 
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9. Só Casca ! - E o Tatu foi realmente o cara que criou a luta livre? É verdade isso?

10. Eugênio Tadeu – É ! foi o mentor da luta-livre nos anos 30, 40 aqui no Brasil.



11. Só Casca ! - O Tatu não teve nenhum professor ? a técnica da luta livre foi idealizada por ele mesmo?

12. Eugênio Tadeu – Bom, na verdade o Tatu lutava em outros países pela Europa, ele veio da luta olímpica, greco-romana e introduziu quedas e finalizações com torções.



13. Só Casca ! - Durante todo seu tempo no mundo da luta quais foram as pessoas com quem o senhor conviveu e merecem ser relembradas aqui ?

14. Eugênio Tadeu – Meu mestre de Muay-Thai, o Molina, por exemplo.

 
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15. Só Casca ! - Certo, mas o senhor não começou no Muay-Thai, não é isso?

16. Eugênio Tadeu – Comecei na capoeira com um amigo da minha família. Era meu chara, mestre Eugenio do Tabajaras, depois fui treinar com o mestre Camisa e alunos que eram amigos meus, Jutu o e Tuninho corda roxa e marrom de capoeira. Os treinos eram na associação que tinha do lado do Canecão, fiz aí 5 anos de capoeira, na época.



17. Só Casca ! - Por que o senhor começou na capoeira?

18. Eugênio Tadeu – Tinha uns 13 anos, morava ali na Marquês de Olinda em Botafogo e todos os meus amigos da rua faziam capoeira ou Karate. Na época as opções mais conhecidas eram a capoeira ou o karatê. Aí preferi a capoeira.



 19. Só Casca ! - O senhor, portanto, conviveu com o mestre Camisa?

 20. Eugênio Tadeu – com todos esses caras, Camisa, Garrincha, Nestor, Peixinho, Mestre Itamar e Pipoca que por acaso foram também meus alunos de luta livre.

 
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 21. Só Casca ! - Certo, como daí o senhor foi parar no Muay Thai?

 22. Eugênio Tadeu – Porque um dos melhores alunos do mestre Camisa, o Toninho Formiga me chamou. Hoje o Toninho mora na Europa. Mas, na época ele também dava aulas de capoeira na Academia Naja, um dia começou a fazer Muay Thai convidado pelo Molina e me chamou também. Ele disse “pô, o Molina me convidou para fazer aula 2ª, 4ª e 6ª lá na academia, lá na Naja, uma tal de uma luta aí jacaré com cobra que você soca e chuta, um troço diferente: muay thai”. Resultado disso foi que aceitei a proposta e nunca mais abandonei. Toninho foi para Europa e eu fiquei, acabei construindo uma grande amizade com o Molina. Mestre Flávio Molina, acabei sendo um dos grandes amigos da família Molina.



23. Só Casca ! - Como pessoa como era o mestre Molina?

24. Eugênio Tadeu – Pessoa íntegra, homem com dignidade. Na verdade é o seguinte era um homem com muita honra.

 
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25. Só Casca ! - Querido por todos...

26. Eugênio Tadeu – Na verdade eu não sei se ele era querido por todos, mas por mim era e até hoje sua memória ainda é muito lembrada e querida. Tenho muito respeito e admiração por ele, foi meu professor e nunca me cobrou uma única mensalidade. Tinha uma dívida com ele, o pontapé inicial para eu me tornar um grande lutador devo a ele. Sempre tinha uma atenção para mim.



27. Só Casca ! - Ele viu que o senhor tinha disposição, determinação...

28. Eugênio Tadeu – É ele simpatizava com a minha pessoa, com minha ideologia, com minha personalidade, com minha atitude dignidade isso é o que é mais importante.

 
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29. Só Casca ! - No meio disso como surgiu a luta livre em sua vida?

30. Eugênio Tadeu – Surgiu por conta do Marco Ruas, nós treinávamos Muay Thai juntos lá na Naja até que surgiu o desafio jiu jitsu x Boxe Tailandês. Ai Marco Ruas me convidou para conhecer a Luta Livre no Clube Boqueirão do Passeio do Rio de Janeiro.



31. Só Casca ! - Desculpe, o senhor lembra aproximadamente em que ano era isso?

32. Eugênio Tadeu – 1983 ou 1984 por aí... então surgiu um confronto com boxe tailandês e o pessoal do jiu-jitsu. O Molina foi convidado para lutar com o Marcelo Behring, nesse desafio. Ora, sendo ele meu mestre ofereci-me imediatamente para participar também, defendendo a nossa bandeira do boxe tailandês. Na época, na verdade, tinha uma fila, composta por Luís Alves e Narane. Eles e outros alunos estavam na frente porque faziam parte da academia há mais tempo. Como eles não se predispuseram a lutar eu me ofereci. O Molina perguntou “você luta Eugênio?” eu respondi é claro! se precisar estou aí. Sempre fui um cara muito aguerrido. Criado na rua. Apesar de ser classe media e morar em apartamento e bem criado eu sempre fui um garoto duro pela minha criação. Meu padrasto era lutador boxe e policial, meu cunhado era lutador, judoca, eu era um cara se apanhasse na rua minha avó me levava para brigar de novo, nunca passaram a mão na minha cabeça dentro de casa.

 
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33. Só Casca ! - o senhor me dizia que foi para a luta livre porque conheceu o Marco Ruas...

34. Eugênio Tadeu – isso, o Marco Ruas me convidou uns 3 meses antes do desafio que mencionei para eu conhecer a luta livre. Aí fui conhecer o Carlinhos Bruno Cilla, fui lá treinar o período era muito curto...



35. Só Casca ! - Não entendi ...

36. Eugênio Tadeu – período era curto, não tinha muito tempo para a data do confronto, faltavam uns 15 dias talvez, tive lá então umas poucas aulas de experiência na luta-livre, mas antes já havia treinado um judozinho no Augusto Cordeiro, experiência de queda, tudo isso me ajudou. Disputei o desafio contra Renan Pitanguy me sagrei campeão e daí em diante ingressei na luta livre.

 
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37. Só Casca ! - Nesta luta então o mundo conheceu Eugênio Tadeu...

38. Eugênio Tadeu – Começou uma saga, na verdade, eu não tinha dimensão do que era aquele confronto. Não estava preocupado com fama; e sim em defender a honra de meu mestre que havia me dado uma oportunidade de ser um lutador, não estava preocupado com o lado business da coisa e sim por honra ao meu mestre que descia da academia, me paga um suco, um salgado, não me cobrava mensalidade, enfim, foi por generosidade, aquela luta vi não como um negócio, porém como um oportunidade de retribuir tudo aquilo que o mestre Molina fizera por mim. Detalhe, fez muito por mim, sem saber ao menos quem eu era, sabia apenas que eu era amigo de um amigo dele, no caso o Toninho Formiga. Mestre Molina me tratou com dignidade e honra a vida toda. Passou a fazer parte de minha família, fomos muito amigos, dos filhos, fazia manopla com os garotos dele.



39. Só Casca ! - Então tudo começou por honra e não por o senhor enxergar o desafio com o Renan Pitanguy como uma oportunidade de fama e dinheiro?

40. Eugênio Tadeu – Nunca! Nada que eu faço eu penso em dinheiro. Faço por amor e por consequência me dão retorno. Eu acho que para o sucesso na vida e a felicidade pessoal você não pode fazer nada pensando primeiro em obter retorno financeiro, ele virá como consequência de seu trabalho e aí as pessoas vão reconhecer o seu mérito.

 
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41. Só Casca ! - Professor o senhor já afirmou que neste primeiro confronto no início da década de 80 não imaginava aquilo que estava acontecendo. Sabia apenas que era uma oportunidade de expressar sua generosidade ao seu mestre, o Flávio Molina, e representá-lo. Mas, hoje, o senhor se vê como um, digamos, um símbolo, um herói de uma época em que todos temiam a suposta invencibilidade do jiu-jitsu? em que todo o apoio, midiático, toda a expectativa, enfim se construía em torno do jiu-jitsu...

42. Eugênio Tadeu – Não eu nem pensava realmente nisso, sabia apenas que havia uma divergência com o meu mestre e eu tinha que dar continuidade ao trabalho dele, especialmente depois que ele constituiu família, se tornou religioso. Não podia aceitar que nego proibisse a mim ou aluno meu de usar uma camisa, ameaçando de rasgá-la ou mesmo de agressão! Não posso ir a uma praia porque os caras vão me bater? Por que eu teria que aceitar isso? Por que mora no Leblon? Na Barra da Tijuca? E aí? Vamos ver qual vai ser? Direitos iguais, Ditadura? É melhor do que eu? tem apadrinhado? Mas, aí caíram também numa contradição porque eu também vinha com certo respaldo, estudei em colégio pago, estudei com a filha do Carlson, estudei com o Junior, com vários caras do jiu-jitsu, estudei com o filho da Nana Caime, do João Gilberto, estudei com Royler, o Rulke Gracie, só que a venho do Muay Thai e da Luta Livre, onde tive oportunidade, se derrepente viesse do jiu-jitsu eu teria defendido a bandeira com tanta honra como a que eu sempre defendi. Só que eu sou leal e como tive oportunidade quando eu não era nada, eu não iria abandonar a bandeira do Muay Thai e da Luta Livre. Depois que eu passei a ser um homem respeitado no mundo da luta vieram  chamar para treinar, para eu ser um grande campeão, mas , eu disse, não! agora? agora não! respeito todas as outras artes marciais, não sou contra, mas eu sou leal, não vou mudar, como os outros mudaram e passaram a ser representantes de nada, nem de uma nem de outra modalidade...

 
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43. Só Casca ! - Hoje para as novas gerações talvez seja mais difícil compreender porque eventos como o UFC praticamente legitimaram a profissão lutador de vale tudo, digamos assim... mas conte um pouco sobre sua experiência com a discriminação existente no passado ...
44. Eugênio Tadeu – A luta sofria um preconceito em geral. Nenhuma mãe queria que a filha namorasse um lutador, independente da modalidade que ele praticasse. Obviamente, a luta-livre, o muay thai a capoeira, eram os primos pobres... por ser praticadas nos bairros menos favorecidos, obviamente ao longo dos anos e do trabalho sério feito por todas as modalidades e com a notoriedade que estas artes marciais ganharam, até mesmo em decorrência do UFC, esta discriminação foi diminuindo. Eu faço luta desde 1979, com a capoeira, depois em 1982 por aí o Muay Thai. Sempre fiz e me coloquei numa posição privilegiada perante ao esporte. O preconceito eu nunca sofri, eu sou negro, você vai me perguntar... eu fiz uma modalidade que era subjugada. Você me pergunta já sofreu preconceito, vamos, me pergunte!


45. Só Casca ! - é eu gostaria de saber isso, já sofreu com o preconceito?

46. Eugênio Tadeu – Nunca sofri preconceito, porque eu sempre me coloquei numa posição de respeito e privilégio. O preconceito vem quando você subjuga a si mesmo e se diminui quanto aquilo que você faz! Entendeu? Eu sempre tive oportunidade de namorar boas mulheres e frequentar bons lugares, sem discriminação. Devido a minha posição, ao meu modo de falar, meu comportamento. Se houve o preconceito não chegou a mim, não tomei conhecimento.

 
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47. Só Casca ! - mas e hoje mestre ?

48. Eugênio Tadeu – Hoje o UFC alavancou muitas lutas, não temos mais a melhor luta e sim o melhor lutador. Não interessa qual a melhor luta. Temos lutadores muitas modalidades, as vezes até hoje estamos descobrindo lutas novas que surgem e aparecem no UFC.



49. Só Casca ! - Não vou ficar aqui aborrecendo-o com as perguntas que sempre deve estar acostumado a responder, especialmente sobre como foram ou deixaram de ser determinadas lutas, por isso lhe pergunto, e sua avó? O senhor foi criado pela avó que como disse não aceitava que o senhor apanhasse na rua, o senhor acha que ela foi importante na sua carreira de lutador, enfim o senhor se acha uma pessoa diferente por conta dela?

50. Eugênio Tadeu – Minha avó foi criada pela ditadura e minha bisavó foi escrava, então imagine a situação dentro da minha residência. Na verdade minha vó era uma versão masculina com forma feminina. Não de homossexualismo e sim de comportamento, na época dela, décadas de 30 e 40, quando foi educada, as coisas eram completamente diferentes, você sabe. Minha família toda foi regida por militarismo e policiais, imagine como era a coisa. Era a líder, a matriarca da família. Acabei de te falar, não tinha esse negócio de passar a mão na minha cabeça. Chegava em casa chorando ela perguntava “quem é que te bateu?”, eu falava e ela “então vai lá e briga com os dois” e aí a gente tinha que ir para rua e brigar.



51. Só Casca ! - O senhor tinha quantos anos?

52. Eugênio Tadeu – Acho que uns 12 ou 13 anos.




53. Só Casca ! - Quando ela falava aquilo, ter que voltar para rua e brigar, isso estimulava, encorajava o senhor a enfrentar esses garotos da rua?

54. Eugênio Tadeu – Não, eu não queria ir, mas se tem que brigar, vamos brigar meu irmão, era o jeito. Entendeu? Tem que ir? Vou! Eram dois? Ela segurava um e eu brigava com o outro, depois ela segurava o outro, “peraí meu filho briga com esse aqui agora” e eu “pá, pum, pou!” depois lá mesmo na frente dos garotos ela dizia coisa do tipo “tá bom meu filho, agora vamos embora, não te falei para não ficar com esses meninos da rua que não prestam?” e era isso.



55. Só Casca ! - ela acompanhava o senhor nos estudos?

56. Eugênio Tadeu – Eu tinha minha mãe, minhas primas que me ajudavam nos estudos. Todo mundo trabalhava e minha avó era quem cuidava da casa e mandava em tudo na prática.



57. Só Casca ! - o senhor tem uma experiência no exterior como instrutor de artes marciais, não é isso?

58. Eugênio Tadeu – Durante uns 5 meses formei uns atletas em Nova Iorque, nos Estados Unidos, na academia Ultimate Gyn isso em 2004.



59. Só Casca ! - no Brasil o senhor também foi instrutor na Escola Naval, não é?

60. Eugênio Tadeu – Dei aulas na Escola Naval, Policia Militar, fui atleta na Policia Civil. Dentro do regime militar é muito mais fácil você trabalhar que no civil. Para eles é uma terapia. Tudo aquilo que eles passam lá dentro é com muito ardor e dificuldade então a luta para eles é um prazer, a assimilação deles é muito maior, o treino flui fácil. Mandava pagar dez eles pagavam 20, faziam isso dia inteiro.



61. Só Casca ! - Hoje em dia o senhor tem equipe, dá aulas aqui?

62. Eugênio Tadeu – O que acontece, dou aula de personal fight, aulas particulares, aqui é meu escritório e estúdio de luta. Tenho equipes por todo Brasil que me representam, eu tenho a Allderj Championship Fight de MMA amador, um evento meu para dar oportunidade aos lutadores no mundo da luta. Este evento é mesclado com Muay Thai, Luta Livre e termina com umas 10 ou 15 lutas de MMA. Há ainda o Web Fight onde eu sou produtor e coordenador junto com o Paulo Borracha, o dono deste evento é o Vavá Andrade; tenho Circuito de Lutas Allderj só de lutas de chão, um evento que é meu e isso aí...



63. Só Casca ! - O senhor lembra quantos faixa pretas formou?

64. Eugênio Tadeu – Não lembro, isso está no site da Allderj, algo em torno de uns 26... faixa preta .



65. Só Casca ! - Alguns eu conheço como o Vitinho Adauto ... o Vavá do Catete...

66. Eugênio Tadeu – Vitinho é meu faixa preta gente boa, o Vavá também, garoto leal.



67. Só Casca ! - O senhor tem um projeto social, explique isso para mim.

68. Eugênio Tadeu – É a ONG Recuperar. Porque na vida tudo é superação e recuperação. Recuperar sua vida, recuperar a estabilidade emocional, a financeira, a social. A minha ONG, a Recuperar, é para dar oportunidade para jovens atletas no mundo da luta, com orientação social e política para ser não só um lutador mais também um cidadão de bem . Planejo no futuro implementar cursos de formação profissional, porque nem todos poderão ser lutador de renome , mas todos serão cidadãos e por isso merecem apoio. As vezes o cara não serve para ser lutador, mas pode ser um engenheiro, um garçom, um técnico de contabilidade ou vai trabalhar como camareiro num hotel. Resgata e dar através da luta e dá oportunidade para outras profissões. O foco é a luta, o cara está no morro com fuzil, usando drogas e a gente traz ele para dar um treino fazer um curso para poder dar oportunidade.

 
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69. Só Casca ! - Mestre uma última pergunta, o senhor é conhecido, ainda que não se considere, uma pessoa que sempre aceitou desafios, um cara de disposição que nunca escolheu luta, o que o senhor tem para dizer às pessoas que tem um desafio pela frente, isso falando não só de luta, mas da vida, para as pessoas enfim que querem como o senhor enfrentar os desafios da vida com sua coragem?

70. Eugênio Tadeu – É importante você não se preocupar com o que os outros estão fazendo, você tem que focar nos seus projetos sempre. Eu fico até arrepiado de falar nisso. O maior problema da falta de êxito, de sucesso é você querer agradar a todo mundo. Jesus Cristo veio a Terra e não conseguiu agradar a todos, assim, não será um ser humano que irá agradar. Concorda? Esse é o primeiro passo. Então se preocupar com que os outros estão pensando. Entendeu? Sim os outros é que devem se preocupar com o que você está fazendo. Quando minha vida começou no mundo da luta eu não estava preocupado se o cara estava subindo parede, pulando corda ! Desde cedo sempre tive consciência que ele é quem tinha que se preocupar com o que eu estava fazendo, não o contrário. Se eu for me preocupar com o que o meu adversário está fazendo eu não vou lutar com ele. Para vida social e profissional é a mesma coisa. Não me interessa se você está de Land Rover, casa em Búzios, Iate em Angra, não estou preocupado, tenho que estar preocupado com o que estou fazendo. Se eu não focar no meu estúdio de lutas e ficar preocupado com o cara que tem uma academia de 10 andares eu vou virar empregado dele. Entre ser empregado do cara da academia de 10 andares eu prefiro ter o meu estúdio pequeno porque um dia com o meu esforço poderei ter um grande também. Vai depender só de mim, da minha perseverança, da minha dignidade, força de trabalho. Só que nego não entende isso, fica só no papel, eu não sou o cara do papel e sou da atitude.



71. Só Casca ! - é motivador ouvir isso. O senhor pode deixar aqui dados de contato para quem quiser fazer umas aulas particulares e também captar um pouco desta sua motivação?

72. Eugênio Tadeu – Com certeza ! Estou aqui na Rua Jardim Botânico, 650, 2º andar, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, no Clube Carioca, é um estúdio de lutas que tenho Eugênio Tadeu Team – ETT onde dou aulas de personal fight, basta me contatar para agendar um horário, tel 9918-5514








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