segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"Aqui não é um centro de treinamento, é uma escola de judô." Mestre Kodansha Ricardo Ruffoni


http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar


ENTREVISTA N. 13
Ricardo Ruffoni
Mestre Kodansha 6º DAN

Amigos,


A edição de hoje traz o primeiro judoca entrevistado pelo Só Casca! Um homem que desde tenra idade, já aos 4 anos, rolava pelos tatames sob a supervisão criteriosa da ortodoxia japonesa de ninguém menos que o saudoso Mestre Ogino ( faixa preta do Dr. Jigoro Kano). O kodansha Ricardo Ruffoni conhece sua arte como poucos, ao ponto de levá-la para as salas do mundo acadêmico e fazê-la objeto de tese de doutoramento. Numa tarde chuvosa, momentos antes de sua aula com crianças, foi realizada a presente conversa em sua academia, no Bairro da Tijuca Rio de Janeiro. Abordamos vários temas, entre eles eu destacaria sua preocupação, digamos, sua meta de que o dojo seja orientado como um instrumento de formação integral do aluno, e não um campo para se ensinar somente táticas de defesa e ataque. Aliás, não é a toa que seu espaço na Tijuca, como ele muito bem fundamenta, não é uma academia, não é um centro de treinamento, é uma escola de formação integral, onde seus alunos vão aprender o bom caminho do judô e por que não dizer o bom caminho da vida, através do judô. Espero que apreciem nossa conversa, eu particularmente gostei muito. 

Essa edição do Só Casca! Só foi possível graças aos mestres Fernando Monteiro e Dázio Cunha que intermediaram o contato com o Kodansha Ricardo Ruffoni, registro, portanto, o meu muito obrigado a boa vontade dos mesmos.

http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

1.       SÓ CASCA! –Mestre, agradeço sua boa vontade em me receber e começo com a pergunta de praxe qual a história do judô na sua vida?
2.       Mestre Ruffoni – Primeiro é um prazer conversar e contribuir com o trabalho do Só Casca, sempre uma satisfação muito grande em participar de trabalhos que falam sobre lutas, pois afinal, as artes marciais são a história de minha vida. Eu pratico judô desde 4 anos de idade de forma ininterrupta. Já passei por todas as fases do judô, fui praticante, atleta competidor em torneios, técnico de delegações de judô e cheguei até os cargos corporativos dentro da federação de judô no Brasil. Paralelamente a tudo isso fui aperfeiçoando o meu judô, hoje eu sou faixa vermelha e branca, Kodansha como chamamos no judô. Hoje sou coordenador técnico da Equipe Ruffoni, com mais de 30 anos no mercado do judô, já formei 45 faixas preta, tenho um que é 5º Dan de judô.


3.       SÓ CASCA! –Mestre, vamos voltar um pouquinho mais em sua história. Por que foi o judô? Foi por morar perto de uma academia de judô? Qual foi a razão?
4.       Mestre Ruffoni –Vou lhe explicar, meu irmão fazia judô e de forma natural acabei me inserindo no processo.


5.       SÓ CASCA! –Ele era mais velho que o senhor?
6.       Mestre Ruffoni –Era mais velho que eu,mas, se me chamar de senhor novamente vou dar um ippon em você... Então minha mãe colocou a gente para fazer judô aqui na ABB Tijuca, antigo Satélite Clube.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

7.       SÓ CASCA! –Quem era o mestre o senhor se lembra?
8.       Mestre Ruffoni –Claro. Era o Mestre Ogino (Shihan Massami Ogino). Quem era o mestre Ogino? Um grande diferencial uma grande felicidade que eu tive em minha vida. Ele foi simplesmente aluno do mestre Jigoro Kano. Então desde pequeno convivi com ele, me pagava um lanchinho aqui no Clube Satélite, me lembro até hoje, um misto quente com Coca-Cola para eu ficar ensinando aos meus coleguinhas, ajudar nas aulas, ainda criança, com 13 anos já tinha o dom de ensinar. Convivi muito com ele, tinha prazer de contar as histórias, os feitos do mestre Jigoro Kano e histórias do Japão. Foi uma grande felicidade de minha vida, toda minha fonte inspiratória do judô, fui formado de acordo com toda uma doutrina ortodoxa japonesa.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

9.       SÓ CASCA! – O senhor pode dizer que esse convívio deixou marcas na sua formação pessoal ?
10.   Mestre Ruffoni –Nilson, hoje eu posso lhe dizer que minha formação, meu caráter, minha disciplina, minha conduta ética, enfim minha postura como homem eu devo muito ao mestre Ogino. Se você for verificar no meu site logo no início há uma foto dele com a legenda “mestre inspirador”. Foi exatamente isso para mim.


11.   SÓ CASCA! –Ele deu aula quanto tempo aqui na Tijuca?
12.   Mestre Ruffoni –O mestre Ogino deu aulas durante muito tempo aqui na Tijuca, tem toda uma história também no Ginástico Português, na Hebraica e ele veio a falecer há aproximadamente uns 10 anos . O judô deve muito a ele aqui no Brasil.


13.   SÓ CASCA! –O senhor disse que chegou a competir, lembra de algum torneiro?
14.   Mestre Ruffoni –Lembro, sempre brinco com uns alunos meus,já fui Bicampeão Estadual, quatro vezes Vice-Campeão, e meus alunos brincam comigo, “mestre quatro vezes vice?” aí a gente ri muito com essa história. Fui um competidor digamos de nível médio.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

15.   SÓ CASCA! –Mestre e aí como entra o mundo acadêmico nisso?
16.   Mestre Ruffoni –Como lhe disse depois de passar por todas essas fases, praticante, atleta competido, professor, técnico de delegações de judô até no exterior; considerei que eu podia ir mais longe. Comecei a tratar o judô como meu objeto de estudo acadêmico. Fiz uma pós-graduação em judô na UFRJ; outra em marketing esportivo na Castelo Branco, que me deu uma grande visão mercadológica. Depois fiz mestrado em Ciência da Motricidade Humana, esta dissertação teve por  título Análise Metodológica na Prática do Judô; dois anos depois fui para o doutoramento em Portugal, no campo da gestão do desporto cujo tema também foi o judô, comportamento dos praticantes de judô no estado do Rio de Janeiro, título da tese. De modo que, além de Kodansha sou doutor. Enfim reuni a práxis pedagógica, o que seja, consegui nortear a teoria com a prática.


17.   SÓ CASCA! –Essa formação é uma coisa rara não é?
18.   Mestre Ruffoni – Sem duvida é um diferencial na formação dos professores. Houve um concurso público realizado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, para professor de judô. Fiz o concurso, passei para professor efetivo. Então hoje além de ser o coordenador técnico da equipe Ruffoni sou professor adjunto da Faculdade Federal Rural do Rio de Janeiro e atuo naquela mesma universidade como coordenador do curso de educação física, na qual tenho um grande orgulho.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

19.   SÓ CASCA! –O mestre mencionou crianças, pergunto uma questão que é uma das minhas temáticas nas entrevistas, acho que o mestre Ruffoni é uma das pessoas apropriadas para falar a respeito, porque as pessoas falam que o ideal para as crianças é o judô e não outras artes marciais? o senhor naturalmente acredita nisso, mas porque razão?
20.   Mestre Ruffoni –Eu sou um defensor nato do judô... Vou acender meu incenso aqui, até para deixar registrado que é um lado espiritual que eu acredito muito dentro da prática judoistica e da cultura oriental. Então porque desse conceito do judô infantil... Eu tenho vários artigos hoje de minha autoria e orientação a alunos meus a respeito da prática infantil do judô e de sua prática pedagógica. Recentemente eu orientei um aluno meu da Estácio, que é professor da minha equipe, o trabalho dele era justamente sobre os motivos que levam os pais a inserir os filhos na prática do judô. Então cada vez mais cedo os pais colocam os filhos no judô. Para você ter uma ideia aqui na nossa Equipe Ruffoni temos o judô baby, para faixa etária de 3 a 4 anos, o que eu não imaginaria há tempos atrás , com essa idade para se fazer judô. Nessa pesquisa que mencionei são identificadas as razões que justificam a prática do judô para crianças: a disciplina, a sociabilização, a questão do desenvolvimento motor, porque essa geração é uma geração de apartamento, da tecnologia, do tablet, enfim, sedentárias. Não sem razão o judô foi considerado pela Unesco como o esporte mais importante para prática entre 4 a 20 anos de idade. Outro ponto para deixar registrado, o judô hoje, te falo com muito orgulho, é o esporte olímpico que maior número de medalhas conquistou. Até a última olimpíada era a vela, hoje é o judô que mais trouxe medalhas para o Brasil, mais um diferencial. Essa questão do judô infantil, falo com muita propriedade, minha casa, na minha alma, ele tem esse contributo formativo, mas o que eu defendo aqui é que a nossa equipe de judô, aqui não é um centro de treinamento, é uma escola de judô. O que seria esse diferencial, algumas agremiações, constam com técnicos  de judô, então, na equipe de judô Ruffoni, a coisa não é assim. Todos aqui são professores de educação física, antes de formar atletas, nós contribuímos no processo de formação de cidadãos, trabalho na integridade, na formação moral, enfim prepará-los para a vida, não apenas para um movimento de seoi-nage, koshi guruma para o ippon. As competições, meus alunos competem, mas elas não podem ser um fim, elas são contributo para a formação das crianças a médio e longo prazo. Para isso é importante que haja uma integração entre pais professores e alunos, para que haja esse trinômio dentro de processo educacional, aqui nós temos uma escola de judô, uma escola no conceito formativo educacional. Não é fácil, não é um discurso...

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar


21.   SÓ CASCA! –Muito interessante, associo isso a questão da diferença que se costuma fazer entre o professor, o atleta e o mestre, quer dizer, nem sempre a ostentação da faixa preta significa que se é um mestre no sentido amplo, de estar preocupado e, sobretudo, preparado para ajudar nessa formação integral dos alunos, especialmente as crianças. E a gente fica com essa dúvida, há tantos faixas preta por aí, será que eles tem meios de contribuir ou mesmo se interessam em contribuir por essa formação integral das crianças?
22.   Mestre Ruffoni –Como disse antes, formei 45 faixa pretas, vou formar mais dois para segundo dan e são 30 anos nesse processo de construção e eterno aprendizado.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

23.   SÓ CASCA! –e eles procuram o senhor depois, buscam um conselho, um apoio, uma orientação?
24.   Mestre Ruffoni –Sim, o que fica aqui esse conceito de judô Ruffoni, é de equipe mesmo, de unidade, carinho, respeito, por exemplo, dia 7 de dezembro é a troca de faixa aqui, se você puder comparecer para tirar umas fotos e ver o ambiente, será um prazer, você verá que eu convido vários faixas preta antigos. Uma grande divisor de águas que vejo na prática desportiva, é o técnico que só se preocupa com o imediatismo com aquele atleta que ganhe e pronto e na verdade estamos preocupados com o aluno a médio e longo prazo. Em contribuir para sua formação na escola, em canalizar a sua agressividade, estimular aquela criança que é mais tímida, mais introspectiva, estimular o desenvolvimento motor da criança, enfim são fatores que você vai por meio da sua experiência trabalhar numa avaliação diagnóstica para ver o melhor caminho para a criança. De modo o que temos aqui é uma escola de formação.


25.   SÓ CASCA! –Essa percepção toda que o mestre possui, adquiriu lá na época do mestre Ogino?
26.   Mestre Ruffoni –Isso veio do mestre Ogino, da cultura oriental. Claro, a gente não pode negar.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

27.   SÓ CASCA! –Ele passava isso para o senhor?
28.   Mestre Ruffoni –Claro, ele foi responsável por isso, mas infelizmente eu era muito novo, se eu tivesse naquela época a maturidade que possuo hoje teria explorado muito e mais cedo os ensinamentos dele a respeito.


29.   SÓ CASCA! –Mas, apesar disso o senhor percebia toda essa conduta dele?
30.   Mestre Ruffoni –Percebia sim, tanto que chegou a um ponto que levei essas questões para o âmbito acadêmico. Todos os meus temas acadêmicos são direcionados para lutas e em especial para o judô.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

31.   SÓ CASCA! –Nem todas pessoas que acessam o blog Só Casca conhecem a fundo a sistemática das artes marciais ou mesmo especificamente o judô. Pensando nessas pessoas, lógico, também para o esclarecimento geral eu gostaria que o senhor explicasse para nós como se obtém uma faixa preta de judô? Qual é a sistemática? Não é qualquer um que ganha uma preta, não é?
32.   Mestre Ruffoni –No judô hoje é necessário praticar no mínimo uns 10 anos ininterruptos para chegar a faixa preta. Geralmente o exame é feito no final do ano, hoje nós temos as faixas “pontas”, criadas recentemente no regulamento da confederação, são as faixas: branca, cinza, azul, amarela, laranja, verde, roxa, marrom e preta. Os pequenininhos ganham faixa cinza e azul, mas como só realizo o processo de troca de faixa uma vez por ano... veja bem, se é um adulto e você entrou para cá para o judô eu não dou uma faixa cinza e azul, a gente tem que tomar muito cuidado com o exame de faixa, para evitar que ele se torne uma banalização, tanto do jiu-jitsu como do judô, como de todas as demais artes marciais. Isto é uma leitura e responsabilidade que o professor tem que ter, esse compromisso do exame de faixa, para que se torne uma coisa séria, sobretudo, para que os alunos valorizem essa conquista. Portanto, maios ou menos de dez anos. Hoje me parece que pela federação com 16 anos pode ser faixa preta, mas eu só dou com 18 anos.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

33.   SÓ CASCA! –Burocraticamente, concretamente o candidato o que tem que fazer para ascender ao título de faixa preta?
34.   Mestre Ruffoni –Até a marrom o exame é feito em nível de agremiação, ou seja, dentro da minha equipe, da faixa marrom para a preta, o exame é realizado na federação. Há uma série de módulos, pré-requisitos que os candidatos tem a cumprir, exigidos da Confederação de Judô para a Federação.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

35.   SÓ CASCA! –Então o procedimento é organizado, não é qualquer pessoa que chega a faixa preta?
36.   Mestre Ruffoni –Isso, o Judô no Brasil está cada vez mais criterioso, cuidadoso, é importante manter essa leitura até a faixa marrom também, para que não se banalize as conquistas. Faixa é uma conquista.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

37.   SÓ CASCA! –O senhor tem alguma opinião a atitude de alguns mestres de judô que ingressaram no mundo dos torneios de MMA, como o PRIDE, o UFC? A participação deles foi boa para o judô?
38.   Mestre Ruffoni –A gente tem que respeitar a autonomia de cada atleta, há faixas pretas que gostam das lutas, o MMA já tem 20 anos me parece da origem do vale tudo. Os atletas estão abertos as novas tendências, as novas oportunidades. Precisamos respeitar, é difícil você julgar dentro de entrevistas, sem conhecer os casos.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

39.   SÓ CASCA! –Veja mestre, não estou falando em julgar as pessoas, mas numa visão mais abstrata se essas atitudes foram boas para o judô como instituição?
40.   Mestre Ruffoni –Olha, honestamente eu não sei se o Jigoro Kano ficaria satisfeito com essa disputa toda. Porque ela teve uma premissa, preceitos de formação educacional muito forte. Mas, insisto, são atitudes que precisamos respeitar e ter uma leitura contemporânea, porque o Jigoro Kano fundou o judô em 1882 e teve anos luzes depois dessa época, processo da Era Meiji, processo de modernização do Japão, ele procurou juntar várias artes marciais que tinham por objetivo aniquilar até o fim os adversários, para formar o conceito do judô, o caminho suave. Mas, ainda assim, é possível que o Jigoro Kano hoje não ficaria muito feliz com esse caminho, não seriam verdadeiros judocas, sim lutadores de artes marciais.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

41.   SÓ CASCA! –o que é um judoca então?
42.   Mestre Ruffoni –Boa pergunta, o judoca é uma história, é o complemento de tua vida, é um ser humano, o judô , eu chego a me emocionar... faz parte de minha vida, eu pratico judô desde os quatro anos de idade, como já lhe disse passei por todas as fazes, aluno, competidor, técnico, acadêmico... e o mais bacana é que quanto mais você estuda mais você entende que tem que se aperfeiçoar cada vez mais. O que me dói é que a própria sociedade não consegue ter essa leitura, ela tem a banalização da mídia, da questão influência midiática, então a gente vive numa sociedade de consumo, capitalista, que tem uma grande influência midiática, então os pais as vezes olham para esse mundo onde o esporte é espetacularizado, um esporte de alto rendimento e querem vincular ao judô praticado para a criança. Derrepente o pai que nunca teve oportunidade de investir em seu próprio judô, investe na criança, aí vem o resultado: o treinamento precoce, a busca do resultado imediato, a qualquer custo, esquecendo assim a formação da criança. Essa é minha grande crítica, no que se refere as competições infantis, as banalização das faixas, com relação a vitória a qualquer custo.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar


43.   SÓ CASCA! –Mestre, para não ser mais extenso, sua aula já vai começar, gostaria de perguntar mais duas coisas, em todos esses anos no judô quem o senhor apontaria como alguém que foi uma honra conhecer, alguém que merece ser lembrado e por quê?
44.   Mestre Ruffoni –Sem dúvida, minha fonte inspiradora foi mestre Ogino, nono dan em judô, Massami Ogino, foi minha referência de judô, um senhor já de idade, sempre, sempre chegava cedo varria ele mesmo limpava o tatame, sentava num canto com o livrinho dele de japonês, estudava tudo, o tempo inteiro era uma crítica, que tinha que melhorar, tinha que me aperfeiçoar, me emociono porque é uma saudade muito grande que fica... então Massami Ogino, nono dan de judô, uma referência não só para mim, mas para inúmeros faixas pretas e kodanshas. Ele não é portanto uma referência para o Ruffoni e sim para o Judô em nível nacional.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

45.   SÓ CASCA! –A gente quando fala em artes marciais, sempre menciona a questão da superação, do desafio. O que o senhor tem a dizer, com base na sua experiência não só para judocas, mas todas as pessoas, até aquelas que não fazem artes marciais, as pessoas que tem um enorme desafio pela frente, o que pode dizer para elas?
46.   Mestre Ruffoni –Minha vida nunca foi fácil, o judô sempre foi minha inspiração. É interessante destacar, apesar de o judô estar no âmbito das artes que chamamos de guerra, “artes marciais”, é preciso ter cuidado com esse nome “arte marcial”, com essa conotação de confronto. Porque o judô é antes de tudo uma escola para a vida. Nessa escola, digamos assim, no judô nos preparamos para vida com a disciplina, com os torneios, com todo o cuidado com a saúde para manter o peso adequado. O judô, é uma inspiração eu e meus professores tentamos passar para todos meus alunos, tantas gerações que já formei, desde as crianças, alunos de três anos ao aluno de 65 anos. A cada obstáculo superado, mais motivação. Isso é importante numa sociedade em que vivemos, altamente competitivas, veja, tenho alunos de 6 anos fazendo “vestibulinho” para ingressar em escolas. Então você como professor tem que estar ciente deste mundo, porém minimizar esse clima de competição entre as crianças, porque ele o professor, até de artes marciais, é um educador, um formador de opinião, por isso eu digo é necessário ter cuidado com a afirmação de que o judô é uma “arte marcial”. Porque o judô é uma luta com fins educacionais e pedagógicos.

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

47.   SÓ CASCA! –Só para finalizar quem quiser fazer um bom judô onde procurar?
48.   Mestre Ruffoni –Show de bola, Equipe Ruffoni, “você conhece, você confia”. Temos vários núcleos, cabe destacar que todos são professores de Educação Física e que acima de tudo o objetivo não é formar um lutador, sim um ser humano. Temos vários núcleos e informações de endereço, horários, professores podem ser obtidas no nosso site .http://www.equiperuffoni.com.br/

 
http://socasca.blogspot.com.br/
clique na imagem para ampliar

Nenhum comentário: