sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

"(...) Através das artes marciais (...) Aprendi a ter disciplina, a respeitar os mais fracos e impor respeito aos mais fortes. " professor de Luta Livre Esportiva Cleber Amorim


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Entrevista n. 28
CLEBER AMORIM
Prof. de Luta Livre Esportiva


Amigos,



Meu entrevistado de hoje é um casca grossa da Luta Livre. O prof. Cleber Amorim foi uma pessoa que me deu grande satisfação pessoal em conhecer. Um daqueles caras afortunados que teve a honra de conviver e ver ascender no mundo da luta grandes nomes como Marco Ruas, Eugêno Tadeu e Hugo Duarte. Além é claro de ter sido graduado faixa preta pelo mestre Pirata, profissional altamente requisitado nos treinamentos de atletas de MMA.

Professor Amorim chegou a treinar no lendário casarão da praia do Flamengo onde havia a temida academia Ruas Vale Tudo, na bifurcação das ruas Senador Vergueiro com Marquês de Abrantes. Celeiro incontestável de grandes campões do Jiu-jitsu, Luta Livre e do MMA.

Nossa entrevista se deu em Irajá onde assisti a duros treinos de Luta Livre, precedidos por mais duros ainda exercícios de preparo físico, coisa básica como levantar pneus de trator, fazer dezenas de vezes "baianas" suspensas nas alturas;  onde o aluno de 60 kilos treina e amassa o colega de treino de 120kg. Enfim, coisa de "brabo" mesmo...

Um outro dado que impressionou-me bastante foi a variedade de finalizações, eu sinceramente pouquíssimo vi chavés de pé, calcanhar... pelo que notei parece ser esta uma marca de sua escola influênciada pelas lições do Mestre Jop (Jefferson Oliveira) não "bitolar no pé".

Professor Cleber Amorim mesmo se apresentando como um cara da Luta Livre, até mesmo por essa influência da Escola JOP de Luta Livre, admite que buscou o Jiu-Jitsu para refinar o seu treino de Luta Livre e sem pregar superioridade de que um arte sobre a outra, sugere que até mesmo os praticantes de Jiu-jitsu tem a ganhar treinando também Luta Livre.

Espero que apreciem a entrevista, fotos... por fim registro meus agradecimentos a hospitalidade do professor Cleber Amorim seus alunos e à direção da Academia Coliseu Fight por haver permitido minha sessão de fotos nas suas dependências. 

Oss !


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 1.        SÓ CASCA!– Professor, obrigado por receber o Só Casca! Quem é você? Como foi o início das artes marciais na sua vida?
 2.        CLEBER AMORIM– Não há de quê, Nilson, eu é que agradeço por fazer parte deste projeto. Meu nome é Cleber Amorim, tenho 35 anos de idade, faixa preta 1º DAN de Luta Livre Esportiva e represento a equipe Rio Fighters. Sou formado em Administração de Empresas e pós Graduado em Gestão Empresarial. Sempre precisei estudar e trabalhar, por isso meu sustento nunca veio das artes marciais. Mas pra mim, as lutas sempre foram pilares para minha vida profissional e pessoal. E minha relação com as artes marciais começou cedo, aos 9 anos de idade, através do Judô, por incentivo dos meus pais.
 
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3.        SÓ CASCA!– Lembra o nome do mestre?
  4.        Cleber Amorim - Mestre Roberto Correa dos Anjos. Nunca mais tive contato, mas parece que atualmente ele dá aulas na UERJ. O dojo era em Irajá, bairro onde passei minha infância e adolescência. Foram 5 anos no judô, depois fui para Capoeira, onde treinei com os mestres Sueli Cota e Paulinho Godoy, do grupo Cruzeiro do Sul, por quase 8 anos. No final deste período, paralelamente, comecei na Luta Livre, em 1999. Quando abriu uma turma, num prédio comercial, em Irajá. Tentei começar um pouco antes, mas as academias que conhecia eram na Ilha do Governador e na Zona Sul do Rio de Janeiro, ficavam longe da minha antiga residência. Quando surgiu a oportunidade no bairro que eu morava (Irajá), ingressei e nunca mais parei.
 
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5.        SÓ CASCA!– Bom, mas seu mestre?
  6.       Cleber Amorim -  Eu sou da escola Ruas Vale Tudo, do grande mestre Marcos Ruas. Sou formado pelo Daniel Pirata (Piratiev), um grande amigo, além de mestre. Ele é faixa preta do Marco Ruas e, atualmente, técnico da seleção Brasileira de Luta Olímpica e também treina alguns atletas do UFC como Junior Cigano, Hernani Perpétuo, Claudinha Gadelha, José Aldo e outros. 
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7.        SÓ CASCA!– Essa academia Ruas Vale Tudo?
  8.        Cleber Amorim -  Ela ficava ali na R. Marquês de Abrantes com Praia de Botafogo. Neste antigo espaço treinavam os profissionais da equipe.
 
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9.        SÓ CASCA!– Ali havia os treinos de MMA com o Ruas e de Jiu-jitsu com o André Pederneiras, não foi?
  10.     Cleber Amorim - Na época ainda era o extinto Vale-Tudo, não o nosso atual MMA. As equipes Ruas Vale Tudo (RVT) e Nova União treinavam juntas. Quando comecei o Marcos já morava nos EUA. Ele visitava frequentemente a equipe, mas quem comandavam diariamente os treinos de Vale Tudo era o Beto Leitão (filho) e o Pedro Rizzo. O Dedé Pederneiras, que foi aluno do Marco Ruas, comandava o treino de Jiu-Jitsu e também de Vale Tudo para os mais leves, representando a Nova União.
 
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11.     SÓ CASCA!– Isso durou quanto tempo ali?
  12.     Cleber Amorim -   Eu não sei te dizer, porque não participei integralmente da equipe. Como te falei, sou mais novo, comecei em 1999. Antes disso, o Marco Ruas já havia sido campeão do UFC 7 (1995), o Rizzo também já havia disputado o cinturão do evento. Além disso, meu treino regular era em Irajá, com o mestre Daniel Pirata. Nessa época eu devia ser faixa azul ou roxa de Luta Livre. Eu só podia estar nesse treino profissional da RVT quando tinha uma brecha no meu trabalho. Então não estou inteirado de certas informações. Posso te dizer que o caldo lá era grosso: Pedro Rizzo, Renato Babalú, Alexandre Cacareco, Gustavo Ximu, Antoine Jaoude, Ebenezer Braga, eram a linha de frente da equipe de Vale Tudo. Também havia os feras mais leves, do Dedé: Luiz Pimpolho, José Aldo, Gleidson Tibau, Marco Loro e outros. Poder assistir e treinar com estes caras foi um aprendizado muito valioso pra mim. Ainda nesta época, outra pessoa que somou muito no meu jogo de chão foi o grão-mestre Roberto Leitão. O treino dele, de Luta Livre, acontecia antes do treino de Vale Tudo.
 
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13.     SÓ CASCA!– O clima entre o Jiu-Jitsu e a Luta Livre como era?
  14.     Cleber Amorim – Na época da RVT já nãão existia mais esta rivalidade, o foco lá era o Vale Tudo. Além disso, estes tempos das rixas já tinham passado. Eu não pertenço àquela geração que viveu o auge da rivalidade entre a Luta Livre e o Jiu-Jitsu no início dos anos 90, na época praticava o Judô. Mas cheguei a competir na Luta Livre, em verdadeiros “caldeirões”, como o Iate Clube Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, e o Grajaú Country Club, sob a pressão daquele clima tenso do resquício do conflito entre as duas modalidades. Eram competiões de Submission onde a galera do Jiu-Jitsu e da Luta Livre estavam presentes. Haviam lutas casadas entre os representantes das modalidades. Quando uma finalização encaixava a galera fazia o coro: “Bota pra dormir!” ou então “Quebra, quebra!”. Sou fãã incondicional dos caras que brigaram, literalmente, pelo nome da Luta Livre, como Marco Ruas, Hugo Duarte, Eugênio Tadeu, Denilson Maia, Marcelo Mendes e etc. Graças a estes caras a Luta Livre tem seu reconhecimento hoje. Mas felizmente, hoje a rivalidade entre a Luta Livre e o Jiu-Jitsu ocorre apenas dentro do tatame, muito saudavelmente. Todos se respeitam bastante e treinam juntos. Tenho grandes amigos no Jiu-Jitsu e sempre fui muito bem recebido por eles no dojo.
 
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15.     SÓ CASCA!– O senhor falou para mim que chegou um momento que decidiu praticar também Jiu-Jitsu. Como foi?
 16.     Cleber Amorim -  Pratiquei e atualmente só estou afastado por falta de tempo. Eu acho que o lutador fica mais completo quando ele une as duas artes. O Jiu-Jitsu é mais justo, a Luta Livre mais dinâmica. Somadas o jogo fica mais completo.  Quando procurei o Jiu-jitsu já era faixa preta de Luta Livre. A coisa se deu assim: comecei a dar aulas substituindo o mestre Daniel Pirata, na sua fase de transiçãoçdele para Confederaçãoção Brasileira de Lutas Associadas (Luta Olímpica), a CBLA. Ele estava com muitos compromissos de viagens que impossibilitavam sua presença em nossas aulas Então, como o mais graduado na época, pouco a pouco fui assumindo a turma. Logo que comecei a dar as aulas senti a necessidade de continuar aprendendo. Somar outros conhecimentos. Então fui treinar o Jiu-Jitsu. Defendo muito este intercâmbio entre as duas modalidades. Acredito que o lutador que pratica a Luta Livre e o Jiu-Jitsu, em paralelo, consegue ser mais habilidoso. O grappling brasileiro é o melhor do mundo. Precisamos continuar com este título. Temos que continuar evoluindo, juntando forças para os gringos nãoão nos alcançarem.
 
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17.     SÓ CASCA!– Que ano foi isso?
  18.     Cleber Amorim Meu ingresso no Jiu-Jitsu deve ter sido, mais ou menos, em 2009. Cheguei a competir em duas oportunidades, fui campão na faixa azul e na faixa roxa, no Circuito do Mineirinho, no Clube Municipal da Tijuca, representando a equipe Soul Fighters, com os mestres Leandro Tatu e Alexandre Salgado. Logo que puder, pretendo retomar aos treinos de Jiu-Jitsu com esta rapaziada.
 
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19.     SÓ CASCA!– Entendi perfeitamente o que o senhor disse e concordo. Mas, senhor se apresenta como um praticante de Jiu-jitsu ou da Luta Livre?
  20.     Cleber Amorim -  Naturalmente me vejo como um atleta da Luta Livre. É a minha formação, minha faixa preta.  Gosto muito do Jiu-jitsu e desejo um dia alcançar a faixa preta nesta modalidade também, mas meu know-how maior é na Luta Livre.
 

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21.     SÓ CASCA!– O senhor teve alguns anos atrás uma experiência como instrutor na Europa, como foi isso?
  22.     Cleber Amorim -   Foi numa viagem de férias com minha esposa para Europa em 2013, onde conheci alguns países. Eu sou o tipo de cara que quando vejo uma placa na janela escrito “Luta Livre”, ou que seja o pessoal do jiu-jitsu treinando sem kimono, eu bato na porta e peço para treinar. Quando viajo faço o mesmo, sendo aqui no Brasil ou no Exterior, contato o mestre da equipe e peço para dar um treininho. Gosto de fazer estas pontes. Desta forma faço novas amizades e continuo meu aprendizado como aluno e também como professor. Bom, mas sobre minhas experiências de aulas na Europa, primeiro foi em Praga, na República Tcheca, um dos locais incluídos no meu roteiro de passeio. Fiz contato com uma academia de lá para treinar. Lá não existia a Luta Livre, mas o pessoal do Jiu-Jitsu arriscava uns treinos sem kimono. Quando me apresentei como faixa preta de Luta Livre e expliquei como é a nossa arte, me responderam: “Olha você não vai dar um treino, você vai dar um seminário para os nossos alunos. Quando cheguei lá, fui trocar de roupa para começar a aula e quando voltei, haviam 100 alunos me aguardando, ansiosamente, para o treino. Todos interessadíssimos no que eu tinha para mostrar da Luta Livre. Depois disso, o professor de Jiu-Jitsu desta academia, Miloche Nikita, esteve aqui no Brasil, visitou minha aula e virou meu aluno. Nessa mesma viagem, de passagem pela Áustria, também dei aula particular em Viena, para Boban Bozic e seu aluno Geoger Kalmar, instrutores de Luta Livre numa academia local. Ainda, no mesmo roteiro, de passagem por Berlin, aproveitei para dar um treino com a galera do mestre Frank Burczynski. Conheci ele lá. A turma também é do Jiu-jitsu, mas havia um horário que eles davam uns treinos sem kimono.
 

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23.     SÓ CASCA!– Mas, são lutadores de MMA?
  24.     Cleber Amorim -   Não. Os austríacos ensinam Luta Livre em Viena.  Eles vêm anualmente ao Brasil para se reciclar com o Márcio Cromado, na RFT. E o tcheco, é faixa roxa de Jiu-Jitsu e renomado no Judô Europeu. Ele é coordenador de lutas da academia.
 
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25.     SÓ CASCA!– Esse pessoal da República Tcheca conhece o Brasil ou é aquela coisa caricaturada do “Pelé, carnaval...”?
  26.     Cleber Amorim - É aquela visão bem míope do país, apenas Copacabana e Cristo Redentor. Estritamente o Rio de Janeiro. Quando cheguei na academia deles  para dar minha aula, fiquei surpreso quando vi um cartaz com minha foto e o título lutador de Luta Livre do Rio de Janeiro”. E foi assim a minha experiência, fui lá para treinar e terminei dando aulas.  Eu, gosto de visitar as academias, fazer treinos diferentes, porque meu objetivo como artista marcial é continuar atualizado. Já dei aulas gratuitamente, na UPP do Andaraí, para crianças e adolescentes, como também já recebi em Euro, para ensinar na Europa. O mais importante pra mim é continuar treinando, mantendo o beneficio que às artes marciais proporciona ao meu corpo e a minha mente.
 
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27.     SÓ CASCA!– Prof, vamos falar da Luta Livre agora no plano Macro. A gente percebe que o Jiu-jitsu está bem mais organizado que a Luta Livre, ao menos essa parece ser a impressão inicial se tomarmos por exemplo a frequência e a organização dos torneios, as filiações de professores, federações e etc. Por que razão, será que há essa distância, se é que o senhor acha que existe na institucionalização da Luta Livre em relação a do Jiu-jitsu?
 28.     Cleber Amorim -   Realmente isto ainda está deixando um pouco a desejar. Porém, hoje estou vendo a Luta Livre caminhando para uma organização melhor. O mestre Hugo Duarte, por exemplo, está trabalhando bastante em prol da nossa modalidade. Ele lidera um exército da Luta Livre pelo país. Tem feitos uns encontros da galera e levantando a Federação, a que ele herdou do mestre Brunocilla. Ele realmente levanta a bandeira da Luta Livre, sem interesse financeiro. Aqui no Rio de Janeiro, temos também a Federação presidida pelo Daniel D’Dane, que também tem um trabalho importante. Em Manaus, a Federação Amazonense, liderada pelo mestre Totonho, tem um calendário organizado de campeonatos. O panorama no Exterior é ainda melhor, a organização está mais avançada. O mestre Rolando Carizo, por exemplo, que tive o prazer de conhecer numa viagem à Argentina, lidera uma equipe chamada Luta Livre Word Team, que está com filias em outros continentes. Enfim, na minha opinião o que está faltando é somente a união dos praticantes aqui no Brasil. Mas falta pouco tempo para que as coisas na Luta Livre estejam mais organizadas.
 
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29.     SÓ CASCA!– Então é um problema de união mesmo? Porque patrocínio já até existe? O caso da Venum...
  30.     Cleber Amorim -   Creio que sim. Pensar no conjunto, em prol exclusivamente da Luta Livre, sem outros interesses, sem disputas de ego. Temos muita gente fera na Luta Livre, tanto da nova geração e quanto também da antiga. Temos tudo para alavancar a nossa modalidade. A gente vai chegar lá! Sobre o patrocínio da Venum, através do mestre Hugo Duarte, foi um grande passo da Luta Livre. Está sendo montado um CT de primeiro mundo, no bairro do Estácio, tudo bancado pela marca.
 
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31.     SÓ CASCA!–  Por que esse pessoal não participa das Olimpíadas? As competições Olímpicas agarradas não tem a Luta Livre Esportiva nos torneios, mas os praticantes de Luta Livre não poderiam participar e se preparar para esses torneios se adaptando, por exemplo, as regras da Luta  Olímpica?
  32.     Cleber Amorim -   Tem muita gente da Luta Livre disputando na Luta Olímpica. As quedas utilizadas são as mesmas nas duas modalidades. Veja o mestre Daniel Pirata, ele tem uma muita bagagem na Luta Olímpica, já competiu muito no ââmbito nacional e internacional, e hoje técnico da Seleção Brasileira desta modalidade. Outro que vem se destacando na Luta Olímpica é o Wellington Silva, oriundo da Luta Livre, que foi campeão recentemente da Copa Brasil Internacional. A Luta Olímpica Brasileira está a passos largos nos torneios internacionais. Hoje o incentivo do Ministério do Esporte neste esporte é muito maior.
 
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33.     SÓ CASCA!– Será que juventude da Luta Livre tem conhecimento disso? é orientada dessas possibilidades?
  34.     Cleber Amorim -   A Luta Olímpica ainda não está muito difundida no Brasil. Mas está chegando lá. Por causa do MMA, a luta olímpica, também chamada de wrestling, passou a ser mais valorizada e conhecida.
 
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35.     SÓ CASCA!– Por falar em torneios, os seus alunos participam de torneios?
  36.     Cleber Amorim -   Sim, mas na minha aula eu respeito o objetivo de cada aluno. Tem gente aqui que já competiu no MMA profissional e outros que nunca saíram da academia. É uma opção individual. Mas, o treino é o mesmo para todos, estão adestrados para o combate. O próprio aluno é quem decide pela competição.
 
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37.     SÓ CASCA!– Seus destaques aqui quem são? De competições e MMA?
  38.   Cleber Amorim -   -   Todos aqui tem destaque e méritos, alguns em competicões outros nos treinos. Atualmente, por exemplo temos o Felipe Santos, Tiago Luiz, Bruno Jaques, foram campeões no RISC 2013 e 2014, o Diogo Martins, representou bem no MMA amador, Gustavo Nunes também é competidor e está em grande evolução nos treinos, assim como Lione Medeiros, Lucas Marques. O Alan Vitaliano é meu aluno com maior idade (63), faixa preta casca grossa, exemplo de vida pra nós aqui. Enfim todos aqui tem seu valor. 
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39.     SÓ CASCA!– À propósito desta sua menção ao Risc Submission, hoje em dia ele é o maior torneio de Luta Livre do Rio de Janeiro, não é?
 40.     Cleber Amorim -   Olha, eu acho que a parceria do Daniel D’Dane (Federação de Luta Livre) com o Rogério Gavazza (Federação de Jiu-Jitsu) está dando certo. Conseguiram unir a Luta Livre e o Jiu-jitsu numa competição de alto nível, muito bem organizada, com as regras ajustada para as duas modalidades.
 
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41.     SÓ CASCA!– Mas, quem comparece em peso para competir é a galera da Luta Livre, não?
  42.     Cleber Amorim -   Parece que sim. Acho que existem muitos atletas do Jiu-jitsu que não gostam de lutar sem kimono. Além disso, a regra para faixas marrom e preta permite a temida chave-de-calcanhar, uma das especialidades da Luta Livre, que a galera do Jiu-jitsu não tem muito conhecimento e não curte muito. Mas aos poucos os atletas do Jiu-Jitsu estão comparecendo em maior número. Nestes últimos eventos, certamente, compareceram mais atletas do jiu-jitsu do que nos eventos anteriores.
 
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43.     SÓ CASCA!– Interessante isso, eu vejo as vezes a diferença de técnica (e de eficiência) de gente graduada no Jiu-jitsu em determinados golpes mais comuns na Luta Livre e não tão comuns no Jiu-jitsu. Por exemplo, americana de pé, sujeito pegando lá no meio do pé para apertar, no lugar de apertar na ponta do pé pressionando os dedos... quem me fez notar a absurda diferença resultados disso foi o mestre Sansão da equipe Serpente Thai...
  44.     Cleber Amorim -  Algumas técnicas são mais comum na Luta Livre, como a chave-de-pé, de calcanhar, guilhotina, por exemplo. É uma especialidade nossa. Mas por outro lado, eu concordo com a linha de pensamento do mestre JOP. Segundo ele, precisamos atentar para não ficar bitolado nas chaves de pé e esquecer as outras técnicas. Não abandonar os ataques no pé, mas sempre enxergando os outros diversos recursos também.
 
45.     SÓ CASCA!– Voltando aos seus alunos, quem gradua, quem decide graduação é o senhor ou é o prof. Pirata?
  46.     Cleber Amorim - Como falei anteriormente, o Pirata está com outros compromissos que o impendem de estar conosco, aqui em Irajá. Por isso, não tenho conseguido mais treinar com ele, infelizmente. Mas continuo com o seu legado. Atualmente represento a equipe Rio Fighters, com o mestre Miltinho Vieira, que é uma continuidade da equipe JOP. O Miltinho é um cara com uma bagagem vasta no MMA e na luta livre. Tenho aprendido muito com ele. Sobre a graduaçãoção tenho minha autonomia para escolher aqueles que julgo merecedores da nova faixa e então a gente junta toda equipe no QG da Rio Fighters, na Casa de Espanha, no Humaitá, para fazer a celebração.
 
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47.     SÓ CASCA!– Deixei então eu entrar numa questão. O senhor me falou que respeita o objetivo de cada um dos alunos nas suas aulas, então quer dizer, na sua graduação o senhor não exige que o aluno lute torneios de Luta Livre ou de MMA? Como alguns professores exigem...
  48.     Cleber Amorim - Eu incentivo bastante a participaçãoção em competições, pois vejo uma grande evolução daqueles que competem. Mas não faço disso uma exigência. Existem outras formas de evoluir também. O que importa pra mim é o mérito do cara, pelo seu conhecimento técnico. Ele tem que estar pronto para sustentar a nova graduação. Nos exames de faixa, exigimos algumas técnicas pertinentes a cada graduação, que são demostradas pelos graduandos sob a supervisão dos faixas pretas da equipe. Foi assim no final deste último ano. Juntamos a galera de Irajá, meus alunos, de Vila Isabel, alunos do Rodrigo Arantes, da Tijuca, alunos do Rodrigo Vianna e do Felipe Tropeço, e do Humaitá, alunos do Miltinho. Fizemos uma grande confraternizaçãoo, com a graduação da equipe. Foram mais ou menos 50 graduados. Tudo independente do cara ser competidor ou não. O cara não precisa ser um competidor pra ser um faixa preta, ele pode ser um bom professor.
 
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49.     SÓ CASCA!– Entendi. Há professores que exigem do aluno que ele participe de torneios ou de MMA, para que ele seja um faixa preta casca grossa. Mas, o senhor está me falando agora que isso não é tudo, ser um casca grossa, ele pode ser um bom professor. Quer dizer, ser um bom professor é mais importante?
  50.     Cleber Amorim -   Olha, uma coisa não anula a outra, o cara pode ser um bom competidor e/ou um bom professor. Se for as duas coisas, ótimo. Porque nem sempre o bom competidor tem boa didática, para ensinar. Mas ao mesmo tempo um bom professor precisa ser o mesmo casca grossa que um competidor. Agora, como falei, lógico que eu sempre incentivo as competições, mas respeito a opção do aluno. Tem gente que busca a Luta Livre como defesa pessoal, outros como meio de obter uma boa qualidade de vida, outros querem realmente competir. No entanto, dentro do deste tatame, o treino é o mesmo pra todo mundo, não tem tratamento diferenciado.
 
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51.     SÓ CASCA!– Professor, a gente sabe que por uma questão de mercado, muitas vezes,  os professores aceitam aqueles alunos que apesar de ter a técnica, serem capazes de aprenderem a técnica não possuem aquela agressividade necessária para praticar arte marcial. Ou noutras palavras, aquele aluno que não aguenta o tranco do treino, que sempre teve vida sedentária, ele aprende a técnica mas não aguenta treinar com os alunos porque se machuca facilmente. Não existe tratamento diferenciado nos treinos nem para esses casos?
  52.     Cleber Amorim -  A gente aqui respeita os limites individuais, mas nossa turma é de lutadores. Temos muito cuidado para ninguém sair machucado, procuramos treinar com a maior segurança possível, sem nenhuma selvageria e irresponsabilidade, mas aqui é arte marcial na essência.
 
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53.     SÓ CASCA!– Hoje Muay Thai Fitness; Boxe Fitness; MMA Fitness e até casos de professores de artes marciais que declararam que não põe determinados alunos no treino geral porque eles podem se assustar e irem embora. Quer dizer, evitar a todo custo que aluno fique sendo finalizado pelos cascas grossa da equipe ou até mesmo se machuque ainda que minimamente, pois afinal o aluno é pagante, enfim, é o cara que paga as contas da academia, como o senhor vê isso? Veja bem, não estou perguntando se acontece aqui, mas o que o senhor acha dessa situação que termina, por exemplo, fazendo com que o Jiu-Jitsu ou mesmo a Luta Livre fique só no acrobático, no plástico, treino de guardas, perdendo seu caráter de finalizações e com isso, como um resultado final mais drástico, em nome de alcançar o maior número de alunos possível, reduzir cada vez mais o rendimento dos treinos em nome das satisfação do cliente do aluno?
  54.     Cleber Amorim -   Como disse, Nilson, apesar de acreditar que o professor deve respeitar a opção do aluno, acho que as turmas tem suas características de acordo com o objetivo da academia e do professor. A nossa aula é de arte marcial, Luta Livre. Isso não significa que o aluno que não queria se tornar um lutador não possa treinar conosco. Mas aqui todo mundo treina com todo mundo, sem diferenciar ninguém, mas sem deixar de priorizar a integridade e segurança de todos. Um bom treino é aquele que todos aprendem e ninguém sai machucado. É nesta linha que procuro estar.
 
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55.     SÓ CASCA!– Na Luta Livre existe esse problema de não haver um padrão nas graduações, fiscalização? Estou me referindo a tristes episódios que acontecem, como um recente, de uma determinada arte marcial do sujeito pagar para obter diploma de instrutor?
  56.     Cleber Amorim -  A Luta Livre está cada vez mais organizada. A ordem de graduação está bem defina pelas Federações. Em nossa equipe seguimos a risca a ordem da Federação: branca, amarela, laranja, azul, roxa, marrom, preta. Ninguém pula faixa nenhuma, todos recebem no tempo que tem que receber, quando alcançar a capacidade para tal. Não temos periodicidade obrigatória para fazermos as graduações, fazemos quando achamos que há necessidade. Sobre esta questão de vendas de diplomas, acho que isso pode ocorrer em qualquer modalidade, depende mais do professor que da modalidade. Apesar disso, ainda não tomei conhecimento de um professor de Luta Livre que tenha vendido um diploma. Além do mais, isso fica péssimo para imagem da própria pessoa comprou, para o professor que vendeu e para equipe. Imagina só o cara estar com uma faixa preta na cintura e tomar amasso de um faixa branca!
 
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57.     SÓ CASCA!– Estávamos falando que o Jiu-jitsu pode ser uma boa experiência ou mesmo um complemento para quem faz Luta Livre e vice-versa. Mas, sem querem julgar ninguém, ou melhor sem querer dizer que uma arte é melhor que outra, na sua visão pessoal, já que é mestre em uma e pratica a outra há alguns anos, na hora do sacrifício, na rua, se for necessário, quem é que decide a parada é o Jiu-jitsu ou é a Luta Livre?
  58.     Cleber Amorim -  Acho que não há uma luta melhor que a outra. Existe sim o melhor lutador. Entretanto, logicamente, numa situação de necessidade de defesa pessoal, onde o agressor não tiver usando nenhum adereço para se fazer uma pegada, a Luta Livre será mais eficiente, pois estamos mais acostumados com as técnicas sem kimono. Mas, existem muitos praticantes do Jiu-Jitsu que estão bem adaptados ao treino sem Kimono e, certamente, também vai saber se defender bem.
 
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59.     SÓ CASCA!– Quais foram as pessoas que na sua opinião foi um privilégio conhecer e conviver? Quem o senhor gostaria de citar como alguém importante na sua vida?
 60.     Cleber Amorim -   Tive a a honra de conhecer e treinar com muitos desses  grandes mestres da Luta Livre, como Roberto Leitão, Marco Ruas, João Ricardo, Hugo Duarte, Eugênio Tadeu e outros. Essa galera toda que defendeu o nome da Luta Livre e continua lutando por ela. Graças a estes caras, que a Luta Livre hoje tem seu espaço. Mas, a minha maior referência como lutador é o grande Marcos Ruas. Sou muito fãã dele. Eu tive a oportunidade de falar isso pessoalmente para ele. O Marco foi um grande visionário do mundo das lutas, mostrou que o melhor lutador é aquele que mistura melhor as artes marciais e assim ele fez história. Já minhas referências fora dos tatames, são dois, meu pai e minha mãe. Guerreiros que lutaram bastante para criar dois filhos, dedicando muito carinho e amor, com a simplicidade que a situação financeira permitia, sem nunca faltar comida, estudo e diversão. Além disso, foram meus grandes incentivadores no esporte. Também, aproveito para agradecer minha esposa Henrieth, muito compreensiva quando abdico do tempo que poderia estar com ela, para estar treinando ou competindo. E também meu filho, Ryan, 8 meses, meu maior estímulo hoje. Em breve estará comigo no dojo.
 
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61.     SÓ CASCA!– A pergunta que eu sempre faço para todo mundo... nós que fazemos artes marciais temos a vantagem de conviver diariamente com o desafio, com o desejo de superação para torneios, campeonatos ou simplesmente para ascender nas graduações, terminamos levando esse hábito para a vida, buscar sempre a superação. Na sua experiência o que o senhor aprendeu na questão e o que é importante para superar desafios? O que é importante para ser um Casca ?
 62.     Cleber Amorim -   Os ensinamentos das artes marciais serviram para minha formaçãoão como homem e me ajudam muito na caminhada da vida. Através dela aprendi a enfrentar e vencer os fantasmas que a gente tem: os medos, as limitaçõões.  Aprendi a ter disciplina, a respeitar os mais fracos e impor respeito aos mais fortes. No tatame busco meu ponto de equilíbrio, é onde dissipo minha agressividade, meu estresse, fortaleço meu espírito e meu corpo para encarar os desafios da vida com coragem e força. Pra mim a arte marcial é um estilo de vida, é um laboratório para as dificuldades do dia-a-dia.
 
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63.     SÓ CASCA!– Quem quiser dar um treino com um professor qualificado de Luta Livre como o senhor, como fazer?
 64.     Cleber Amorim -   Bom aqui, estamos na Academia Coliseu Fight, que fica na Praça Nossa Senhora da Apresentação, 301, em Irajá. Um verdadeiro Centro de Treinamento, como pode ver.  Tatame grande, octógno, sala para exercícios funcionais. Enfim, toda uma estrutura que precisamos para um excelente treino. Nossas aulas ocorrem todas às terças e quintas-feiras, a partir das 18h30, com o mestre Alan Vitaliano, e aos sábados, a partir das 9h, comigo. Estamos abertos para aulas experimentais. Para somar, podem chegar que serão bem recebidos. Saúde e paz para todos! Osssssss
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3 comentários:

ALADINCAPOEIRA disse...

Ótima matéria , meus parabéns .è bom ver que na zona norte temos grandes lutadores e Professores dedicados!

Anônimo disse...

Nilson, parabéns pelo seu excelente trabalho, através do SÓ CASCA, que é um grande incentivo às artes marciais.
Cleber Amorim
oosssss

Nilson Soares disse...

Prof, Cleber, quem tem que agradecer sou eu por aceitar o meu convite, grande abs e obrigado pelas palavras gentis, Oss !